eu... meu...

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eu… meu…

e eu olho-me,

de alto a baixo…

observo-me atento,

sem me iludir…

sem me enganar…

mais uma vez questiono-me,

se será este o espelho verdadeiro…

este em que me vejo sem parar…

esta imagem… o meu reflexo …

serei mesmo o eu…

o eu… meu…

ou será… o eu…

que gostava de ser…

sou só e apenas isto,

uma figura que revejo…

todos os dias neste quadro…

mal pintado…

por vezes baço…

por vezes transparente…

mas nunca limpo…

nunca completamente…

são traços muito fortes,

marcados… esculpidos…

nesta tela…a minha vida…

por tantos sofrimentos…

são rabiscos… muitos,

carregados de remorsos…

angústias…

pintadas em rostos,

de mil loucuras…

sucessivas…

e as alegrias…

como pano de fundo…

uma base muito fraca…

para suportar isto tudo…

mas nunca foram suficientes…

nunca tanto quanto eu gostaria…

por tudo… e por nada,

eu olho-me todos os dias…

neste espelho de vida…

eu revejo-me…

sempre de frente…

para me conhecer…

para saber quem sou…

enfrentar o que fiz…

e sobretudo saber…

o que não quero fazer…

nem ser…

outra vez !

dio

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! respeitem todos os autores (>diop@2012<) !