branca flor...

.

branca flor

é esta… a tua beleza

nesta branca flor…

em que encarnaste…

só tu fazes a diferença…

essa que te distingue…

de todas as outras…

de tudo o que conheço…

e que eu amo…

és tu, assim…

linda de morrer,

que me angustias…

por não te poder tocar,

agarrar… apertar…

tanto como gostaria…

aqui imagino-te…

sentado admiro-te,

precisamente agora…

que tanto preciso…

podes até não estar…

mas eu sinto-te…

agora e sempre,

perto de mim…

dar-te-ei tudo o que precisares,

sem necessidade de pedires…

eu só te quero sempre assim,

e tal como o nosso amor,

que eu espero… e desejo,

nunca murchar…

desaparecer…

ó linda…

ó minha branca flor…

com a tua alma encarnada…

faz de mim a tua água,

permite-me ser…

o teu alimento…

quem te dá vida…

e assim ficares…

a brilhar…

eternamente !

faz de mim o teu mais amado,

faz de mim o teu mais querido…

e tu serás a minha alegria…

pelos tempos vindouros…

para todo o sempre…

a minha flor…

arrebatada…

pelo meu amor !

dio

201202a0720StaCat

! respeitem todos os autores (>diop@2012<) !

flor… tão minha

.

flor… tão minha

tão minha…

minha flor…

tão bonita…

esse teu veludo,

que te cobre,

que te traja…

agrada-me o tacto,

aguça-me o toque…

admiro-te demais,

e vezes sem conta..

cheiro-te e provo…

pretendo-te aqui…

onde pertences,

junto a mim…

são essas tuas cores,

e os teus tons suaves,

que me alegram o olhar,

e me ajudam a despertar…

todos os dias…

assim,

sorrindo…

eu quero,

sempre…

dormir…

acordar…

junto a ti,

todos os dias…

sem parar !

dio

20120227a0650StaCat

! respeitem todos os autores (>diop@2012<) !

tudo... e mais ainda

.


tudo… e mais ainda


vem luz querida…
ilumina-me…
aquece-me…
como só tu sabes…


… só tu o fazes !


o frio não me chega,
quando estou contigo…
nada me atinge…
nada me assusta !


de mãos dadas
eu sinto-te
em harmonia


e tu…
tu…
sentes-me…
em ti…


nada nos impede
nada nos detém
faremos tudo
sem mais nada
sem mais ninguém


nada mais importa
nada mais eu peço
luz…
minha querida…
ilumina-me…
aquece-me…


leva-nos daqui para fora,
beija-me… abraça-me…
aperta-me… assim…
como fazes…


tu consegues…
eu sigo-te…
os passos…
esses teus…
também…
são meus…


sabes…
em ti…
eu…
sou tudo…


e mais ainda…


dio


2012020224a0800StaCat


! respeitem todos os autores (>diop@2012<) !

contigo... comigo

.


contigo… comigo


sonho sozinho…
contigo… comigo,
juntos… unidos,
num céu…
só nosso…


assim…
sem mais nada…
juntos fazemos…
só e sozinhos…
tantas loucuras…


sozinhos… cantamos,
lindas rimas…
ao sol que nasce…


sozinhos… fazemos,
declarações de amor…
à lua envergonhada…


juntos num só…
iluminamos os novos amores,
que por nós não dormem sozinhos…
nestas noites estreladas…
abraçados… apaixonados…


vamos fazer o céu mais azul…
oferecer o nosso amor…
espalhar a alegria…
que encontrámos…
um no outro !


sozinhos…
só tu e eu…
somos tudo…
como queremos…
agora ou nunca…
que sejamos…


dio


20120223b1715StaCat

!! respeitem todos os autores (>diop@2012<) !!

ansiedade... bicho malvado

.


ansiedade… bicho malvado


a ansiedade…
esse bicho…
malvado !


vive escondido…
em mim… em ti,
aguarda bem atento,
pela certeza…
pelo momento…
de mostrar quem é…
do que é capaz…
com as garras de fora,
e com as presas…
bem afiadas…
que brilham…
à mostra…


prepara o ataque,
num plano calculado,
de elaboradas estratégias
semeando a discórdia,
com pensamentos contrários,
com desejos falidos…
e corrompendo o espírito…
prepara de repente…
as batalhas… todas…
que quer ganhar !


danificando os pilares,
sabotando os objectivos,
ele facilita a destruição…
de compromissos…
dos valores…
ganhos… adquiridos…
e sem quaisquer lamentos,
sem nunca recear,
ele assiste…
impávido…
sereno…
o desfecho…
por demais contente…
e de consciência…
tranquila !


a resistência… já fraca…
aguarda ajuda… precisa,
pede auxílio aos aliados,
numa ultima esperança…
esta nunca esquecida…
que esta força derradeira,
possa pelo menos parar…
ou matar… esta investida !


…de novo tapam-se buracos,
de novo se chora nos cantos,
de novo se olha para dentro…
de novo e sempre tentando…
encontrar… acordar…
o desejo… um amigo,
esse que nos levanta…
conforta e acompanha…
nesta merda de vida !


lentamente…
vamos recuperando…
corrompidos… ou não,
com estas ajudas…
que precisando…
nos acompanham..
nos dão a mão…
e vamos vivendo,
assim...
como podemos !


dio


20120223a0810StaCat


!! respeitem todos os autores (>diop@2012<) !!

caminho dourado

.


caminho dourado

o caminho é dourado,

e pelo sol que madruga…

fere-me os olhos…

em potentes reflexos…

na estrada molhada…

lavada a pouco !

avanço lentamente,

e passo a passo eu vou…

navegando nas histórias…

umas novas… outras antigas,

mas para sempre minhas…

memórias que exijo explorar,

e talvez compreender…

ou pelo menos tentar…

saber onde falhei…

onde fui dar,

e tentar diferente…

uma vez que seja…

e pelo menos saber,

seja quando e onde for,

se posso…

se consigo mudar !

sei que me afectam…

que me transformam…

e no que provocam…

a quem me rodeia !

já fiz este caminho,

mais do que uma vez,

mas nunca lhe vi o fim…

só descansos pelo meio,

depois voltava a trás…

de volta onde estava antes,

e esquecia-me…

evitava… fugia…

a recomeçar…

onde um dia,

muitas vezes,

eu parei…

e não voltei !

muitas vezes triste,

muitas vezes contente,

alegre… e feliz…

dificilmente !

mas nunca fui desistente,

derrotado por vezes…

sim… muitas…

repetente em decisões…

sim… mais ainda…

mas eu vou… e tento…

e sigo como consigo…

é o caminho dourado,

esse que brilha…

que me fere…

que dói por dentro,

que eu sigo lentamente,

prossigo passo a passo…

talvez lhe conheça o fim,

talvez até o mereça,

talvez desta vez…

eu seja feliz !

quiçá um dia…

eu seja feliz…

como desejo !

dio

20120222a0650StaCat

!! respeitem todos os autores (>diop@2012<) !!

turbilhões

.

turbilhões


dormir... tarefa difícil,
assaz complicada...
de conseguir...
atingir... alcançar !


em qualquer descanso,
ou momento de sossego,
ou apenas ... na tentativa...
de assim ficar...
de querer estar...


sem razão... aparecem...
surgem muito de repente...
vindas não sei de onde...
e por razões que desconheço...


milhões de tempestades,
milhares de turbilhões...
muitos... confusos...
todos misturados...
confundidos...
eles são chorados !


pensamentos ofendidos,
carregados de emoções...
de sentimentos calcados,
escondidos... guardados,
que soltos correm... fogem,
sem algemas... sem grilhetas,
de uma vez só... libertados...


sem pedra nem cadeado,
ferrolho ou chave mestra...
sem nada que me valha...
que os segure sossegados,
sou atacado por letras soltas...
assassinas de qualquer paz,
juntas em palavras más,
metem-me medo...
quando as oiço...
quando escuto...
o que desejam !


aguardo... quieto...
sossegado... sem barulho,
sozinho... a olhar...
pode ser que não me vejam,
que passem sem reparar...
em mim... aqui parado !


aguardo pelo tempo...
este que vai passando,
suavizando esta agonia,
que teima em ficar !


aguardo só outra aurora...
preparo só um novo dia,
esse por que tanto anseio,
o da minha hora...
seja dia... ou mesmo ano...
o meu tempo de descanso,
acreditando... quase sempre,
em tudo o que de bom existe,
e em que a felicidade perdida,
que voa brava e corajosa,
pelo ar... solta... livre,
me encontre ainda vivo...
achado... ou perdido...
numa qualquer estrada...
ou num caminho...
de volta...
para mim !


é um anuncio de sono morto,
é o cansaço criado por uma vida !


gostava de ter quem amo...
ao meu lado...


mas não tenho... e a ajuda...
agora... após desperdiçada...
só a minha !


dio


20120221a0150StaCat

ser eu

ser eu

não poderei eu só viver,

ir só estando acordado,

sozinho… sem ninguém,

sem quaisquer... emoções,

dos pensamentos e desejos…

das minhas carências…

das parvoíces… tantas,

dos sentimentos… todos !

necessito mesmo de sofrer

o que sinto ?

e sentir o que sofro...

qual a necessidade,

o porquê do castigo,

o porquê desta cruz,

que tanto carrego…

de rastos…

pelo chão…

é tão pesada…

fiz assim tanto mal…

foi assim tão grande…

foi tão grave assim ?

gostava de me alhear…

sim… eu… será que…

não me posso alhear ?

viver só… sem nada…

sem nada que me transforme…

sem nada que me deforme…

sem nada que não seja meu…

sem ninguém…

que não seja eu…

preciso mesmo sentir tudo ?

porquê sofrer assim…

porquê estar sozinho…

não posso só dormir…

só mesmo respirar…

só andar, correr…

olhar sem observar…

sem compreender…

ou tentar…

perderia também os sonhos ?

e os pesadelos ?

e os castigos ?

e o prazer ?

eu quero tanto ser eu…

eu vou ser eu !

eu sei…

acredito…

um dia…

serei !

dio

20120220a0130StaCat

!! respeitem os autores (>diop@2012<) !!

ver-te passar

ver-te passar

quando por mim passas,

assim… linda de morrer,

fazes-me sonhar…

fazes-me tremer…

aqui encostado…

aguardo por ti,

e envergonhado…

por muito que tente…

desvio o olhar…

adoro o teu andar de gestos

ternos pelo passeio… as tuas

mãos, são finas… e delicadas,

como toda tu és… nada destoa

onde tu estás, onde tu ficas !

e eu já não consigo mais,

não resisto e tento falar,

e mais uma vez eu falho,

tu passas… e eu…

uma vez mais…

fico… parado…

a olhar-te…

a afastar !

faço mesmo tudo para te ver,

acordo cedo para te esperar,

mesmo só para perto te sentir,

respirar o teu ar…

cheirar o teu perfume…

que fica no ar… a pairar,

tudo só mesmo…

para te ver… só isso…

ver-te passar !

dio

( tu… só tu fazes-me querer ser

tudo o que posso ser! )

20120214b1115StaCat

!! respeitem os autores (>diop@2012<) !!

recebe esta flor

recebe esta flor

recebe esta flor, que …

embora ao teu lado

possa parecer

insignificante ofuscada

pela tua beleza… esta

não deixará nunca de

significar parte do que

sinto por ti !

um beijo grande

dio

20120214a0655StaCat

!! respeitem os autores (>diop@2012<) !!

penso... mal !

penso… mal !

a eterna busca de um qualquer oásis,

desejado, sonhado ou exigido, não

pode, nem vai nunca esmorecer !

cada individuo… aceitando-se…

reconhecendo os seus defeitos,

aprimorando as suas qualidades,

descobrindo as suas virtudes,

deverá conseguir em dada altura,

escolher a ajuda que necessita,

a franca e verdadeira companhia,

que o ajude e auxilie nesse objectivo,

completar… terminar…

a sua mais importante demanda !

aquela demanda que será a sua maior

aventura…

demanda que com certeza lhe trará

muitas alegrias… e iguais tristezas…

porventura o amor…

e ou a falta dele…

amigos… e mais inimigos…

até mesmo felicidade…

sim… também pode acontecer !

esta demanda…

chamada vida…

o derradeiro desafio,

a verdadeira luta !

é o destino de quem sofre as angustias e os

remorsos que quase fazem desistir de

lutar…

valesse de coisa alguma tamanha covardia,

a de quem não pretende lutar mais…

a de quem baixa os braços…

de quem se deita… para sempre…

não querer mais acordar…

ou fugir sem parar… para nenhures…

mas que busca é esta que tantos

aventureiros mata ?

mas que luta é esta que tantos

corajosos leva ?

seja a sina ou o malvado fado…

este que nos acompanha em todo lado,

que nos leva por caminhos dolorosos,

e nos coloca na cabeça tantas coroas…

entrançadas de espinhos afiados…

que alegres ostentamos… parvos,

cheios de dor… cheios de sangue…

quase sem vida !

é a raiva que matamos que nos salva !

é a vida,

é a alegria,

é a felicidade…

talvez mesmo a fingida…

nunca é pouco o que queremos,

nunca oferecemos o que aceitamos,

e depois acabamos assim,

tristes… sozinhos…

por momentos… por instantes…

acabados… em qualquer canto !

onde estás companheira vida que

me atraiçoas, onde me deixaste

quando me largaste a mão…

e me abandonaste…

sozinho no escuro destas ruas

frias, eu passo rasteiro em tua busca…

eu sigo ecos… memórias antigas,

creio que verdadeiras… eu acredito,

assim eu o espero… por mim…

por todos os que eu amo !

dio

20120213a0655StaCat

!! respeitem os autores (>diop@2012<) !!

principe querido

príncipe querido

antes dele… nada existia…

e é tal a beleza… o espanto

e a novidade que trouxe a este

novo lar, que muito facilmente

espalhou a alegria e toda a

felicidade contida e demais

ansiosa pelos corações dos

pais babados, pela família e

por todos os amigos…

por todo o lado ouvem-se

palavras sentidas de união,

de ternura, de carinho…

elas flutuam pelas divisões

desta casa agora em palácio

transformada pela riqueza

com que foi presenteada…

o próprio vento de tão emocionado,

com o sentimento… com a alegria,

canta agora por todo o lado…

contentes canções assobiadas,

que pelos beirados e telhados…

fazem melodias de notas leves…

que contagia tudo e todos...

contagia quem por perto passa !

sim este é o príncipe querido…

sem dúvida o príncipe desejado…

é ele... o nosso Matias !

dio

(obrigado João e Sofia… e Matias,

a todos um verdadeiro abraço!)

2012020212b1015StaCat

!! respeitem os autores (>diop@2012<) !!

es linda para mim

és linda para mim

linda…

tu és linda para mim,

és tu quem eu preciso ao meu lado,

ontem… hoje… amanhã…

eu sei que estarás lá sempre !

e se hoje não vires a tua sombra,

não te assustes… não desesperes,

é porque está escondida…

com vergonha de não te ser fiel…

pois beleza tal…

essa que te ilumina…

essa que te precede…

jamais poderá ser retratada…

nunca em imagens…

quanto mais por palavras,

será sim reconhecida,

apenas por quem te conhece,

e esses… tão agradecidos…

pela luz que lhes permites,

agraciar-te-ão para sempre,

com amor… carinho e ternura,

porque mais que ninguém,

sim… tu mereces !

dio

20120208a1000Sta.Cat

paredes vazias ...

paredes vazias...

eu… olho,

eu observo…

sou activamente atento,

sou assim sempre…

sou desde que me conheço !

tenho medos e…

para não tê-los…

deles faço objectos…

represento-os…

identifico-os…

só e apenas…

como eu quero !

sou para ti…

assim para mim,

para tudo…

para todos,

até para o céu…

para o chão,

a noite… o dia,

e mais ainda sou…

para as paredes…

sem nada…

vazias…

essas paredes,

que me assustam…

essas para onde eu olho…

mais atento ainda...

vejo-as com respeito,

com muita coragem,

e mais medo ainda...

e eu enfrento-as…

no chão encolhido !

com muito medo….

receio-lhes o vazio !

ou tão simplesmente que…

desapareçam de repente !

que as deixe de ver,

ou que não as entenda !

que fujam de mim…

sem um sinal… ou aviso !

uma evidência que seja,

de uma forma qualquer...

tanto me faz,

tanto me fez,

eu quero é saber…

onde estão,

onde vão,

minhas paredes…

vazias… sim…

são tão minhas...

por favor... digam-me…

onde estão vocês ?

dio

20120206a0110StaCat

!! respeitem o autor (>diop@2012<) !!

fantasiamos os dois

fantasiamos os dois

é por mim… todo,

que toda a tua roupa,

essa que te esconde,

essa que te protege…

vai ficando pelo chão…

lentamente pousada !

com carinho desapertada,

suavemente retirada,

ela sai pela minha mão…

que demasiado quente…

te toca na pele arrepiada…

sai a roupa… cai o disfarce,

desaparece… a máscara,

o que era… já não é mais,

agora só a realidade conta…

só a realidade importa…

a tua… a minha …

a nossa…

e como um sonho…

prestes a acontecer…

adivinho o que desejamos,

fazendo tudo o que queremos,

sem quaisquer vergonhas…

por todos os prazeres…

que tanto conhecemos…

e gostamos !

desejos de tudo,

desejos de querer…

desejos de prazer…

de ter… de possuir…

seja pelo toque…

seja pelo calor…

o teu corpo e o meu…

colados... ficarão...

são tantas as coisas…

não nos podemos perder,

jamais sequer desperdiçar…

qualquer oportunidade…

de sermos iguais…

tal como gostamos !

num longo e terno abraço,

unidos pelos lábios… molhados,

trocamos carinhos… carícias,

aumentamos os estímulos…

assaltando as sensações,

que queremos tanto…

que precisamos…

flutuamos respirando juntos,

num só fôlego contorcemo-nos,

em busca da transformação,

essa que nos levará daqui…

para um mundo de fantasia…

onde tudo acontece…

tal como exigimos !

dio

20120203a0720StCat

casa linda

casa linda

sala, a sala …

ainda em sono…

levanto-me ansioso…

por poder observar,

assistir… sentir…

este novo lugar !

do quarto para a sala,

em passos pequenos,

atravesso a casa !

então… tão fácil,

sinto-me apenas…

inundado… coberto,

por esta intensa luz…

abraçado e acariciado,

esta que me já me aquece,

e já tanto me seduz !

por esta que me aquece,

irei porventura também…

para esta que me seduz,

da sala para o quarto…

em passos apressados !

mas por hora assisto…

sereno no sofá sentado,

de frente às janelas,

alegre… contente,

de sorriso esboçado,

apenas… feliz,

por aqui estar…

assim !

e entra muita… tanta luz,

a luz amarela do amanhecer,

que pelas três grandes janelas…

que de alto a baixo repassam…

a transformam em azul,

carregada de reflexos…

de histórias…

de contos,

deste bairro que…

tem tanto de paixão,

tanto de romance,

tanto de antigo !

hoje saio de casa a sorrir,

tão bem definido,

tão sentido,

tão feliz !

e como quase todos os tontos,

hoje a todos respondo,

com um sorriso nos lábios,

e palavras de afecto !

dio

20120202a1020StCat

vida minha vida...

vida minha vida…

o que se passou aqui…

não percebi…

foi tão de repente,

o escuro… o frio…

tudo isto me inundou,

tudo muito tenebroso…

e este ar que respiro…

tenho tanto medo !

o meu corpo tremeu,

sempre já tão receoso…

dos males escondidos,

dos actos perversos,

das parvoíces lembradas,

de todas… de tantas...

memórias recalcadas…

mas afinal… o que se passou,

qual a razão de ser assim,

porque consegues tu minha vida…

ser tão malvada para mim ?

porque me castigas…

mastigas… torces-me,

apertando-me sempre…

sempre até… mais não,

calcando-me sempre…

sempre até… até mais nada,

mais nada de mim restar !

serei assim tão mesquinho,

esquisito ou feio miudinho,

rebelde, doido e tontinho,

criminoso, mau ou assassino,

mas o que sou eu afinal…

e porquê vida…

porque me tratas assim…

sou eu que te adoro…

que vivo em ti…

e que em ti sonho,

que em ti me rio…

e também choro,

eu pertenço-te…

e a ti me dou,

para sempre…

incondicionalmente !

aceita-me por favor,

e a minha ternura,

e o meu carinho,

e todo este meu amor…

e que por fim…

será… não, é …

a minha dor !

dio

20120201a0115VFX