Mag work por diop

... o meu último destaque !!!

Pesquise o blogue aqui !

domingo, 27 de abril de 2008

mestre traçador !


mestre traçador !

os mares são tantas vezes navegados,
e tantos lugares sucessivamente revisitados !

tão estranhos estes caminhos,
são tantas vezes percorridos,
e até agora nunca cruzados !

o que faz … quem decide o momento,
quem manda no ponto de intersecção,
a quem pertence esta decisão …
… o acaso ?

porque andamos nós tantas vezes lado a lado,
por vezes de costas voltados,
como animais de olhos tapados,
seguimos todos em filas ordenadas,
caminhamos uns aos outros atados !

de quem são estas pérfidas ideias,
quem é o dono deste jogo maldoso …
pleno de máscaras gratuitas,
com batotas facilitado !

será mesmo cada um o seu próprio mestre traçador ?

neste desenho inacabado vimos partindo lápis,
constantemente borrando pinturas …
e outras mais ainda …
… apagando !

utilizamos a nossa influência,
usando e abusando do seu poder,
traçamos pontos orientadores,
fajutos e enganadores,
fingimos não olhar,
ou não queremos sequer ver !

vou aqui sozinho acompanhado,
flutuo nesta água da vida,
subo e desço ao sabor das vagas,
adormeço e acordo com salpicos …
são intermitentes despertadores,
eternos revitalizantes,
que nos empurram para a frente !

dio

sábado, 26 de abril de 2008

sei que gosto do desejo !


sei que gosto do desejo !

fumo um cigarro sentado à janela,
olho o infinito … olho o escuro !
lentamente absorvo restos de êxtase,
lutado … bem conseguido !
o escuro facilita o descanso,
o escuro facilita a interiorização …
a alienação de sentidos,
a concentração objectiva …
o resultado de um desejo !
o frio não arrefece,
os problemas não preocupam,
são momentos únicos …
que aproveito enquanto existem !
destino … nada,
rumo … nenhum !
corpo entorpecido,
corpo cansado,
tomada de consciência,
retorno adiado !
mas a realidade cai,
acorda em mim lentamente …
aceito a morte deste espírito solto !
avalio quem sou,
descubro o que já sei …
sou um preso livre de circulação,
sou um preso livre de pensamentos,
preso neste corpo limitado,
sou um preso amarrado em acções !
o que resta de um êxtase conseguido ?
porque não o consigo prolongar tanto quanto o desejo ?
porque não o desejo tanto enquanto o prolongo ?
para já esta abstracção serve-me …
mas suspiro tanto quando me lembro …
não sei se do prazer,
se da alienação,
do acordar !
sei que gosto do desejo …
e do sangue a ferver-me nas veias,
e do coração que me quer sair do peito,
dos músculos tensos e contraídos,
dos movimentos sincronizados …
em delírio …
isto sim !

dio

sexta-feira, 18 de abril de 2008

luxúria … carne amada !


luxúria … carne amada !

luxúria que me elevas …
tanto ou mais quanto me rebaixas !
uma busca de prazer divergente,
satisfação de ímpetos secretos,
reunião complicada …
nem sempre possível …
condições exigidas !

sou tudo do nada,
com nada posso ser tudo !
imaginação solta materializada,
fisicamente composta,
desejos transformados …
carne manietada …
acções conseguidas !

tenho o que não posso,
sofro com o que não tenho !
tenho-me na mão,
possuo-me eternamente,
desejo-te assim …
como eu me sinto,
grato desgostoso,
prazeres adiados,
de uma natureza suspirada …
em cada segundo amado !

dio

terça-feira, 15 de abril de 2008

és uma aberração !


és uma aberração !

estranhos passantes,
no odores vermelhos,
são turistas errantes,
com horríveis barulhos !

uma colher queimada … que tomba no chão,
uma estrada marcada … na veia do braço,
um fino fumo aspirado … por um tubo,
… e tu que queres fugir !

dobras a esquina em que paras,
entras na porta errada,
história repetida agora,
que sofres com a tua ressaca !

madeira velha molhada,
porta para sempre caída,
ruínas não só de pedra,
também de carne apodrecida !

olhas a volta sem ver,
vives num mundo só teu,
sacas o que podes de quem passa,
roubas de quem te acolheu !

pedes esmolas no metro,
mendigas ajoelhado no chão,
saltas e rebolas sem respeito,
género … não … és uma aberração !

excluído de vontade própria,
sentes-te abandonado e sozinho,
não és ninguém nem pertences a nada,
nessa fossa de merda afogado !

a tua luz esvai-se em suspiros …
pegados não consegues respirar …
assume essa vida de perigo,
pode ainda alguém te salvar !

não desistas da tua vida de sonhos,
aceita as tuas incapacidades,
a vida está cheia de espinhos,
tem força … luta com as adversidades !

abre os olhos, grita alto … pede ajuda !

dio dast


segunda-feira, 14 de abril de 2008

os sonhos … guardados em sacos !


os sonhos … guardados em sacos !

tenho os sonhos guardados em sacos,
bem fechados para não se perderem !
sem etiquetas … guardo surpresas para o futuro,
desejos e ansiedades esperadas,
incógnitas e interrogações sobre o seu conteúdo,
muitas maravilhas adiadas !
trago sempre alguns comigo,
bem arrumados no meu bolso,
preparados para cumprir o seu propósito,
cada vez que são libertados !
com atilhos frágeis estão atados,
por vezes desatam-se,
soltam-se sem querer !
fico aqui mas estou ali,
viajo sem me aperceber !
neste e noutro mundo imaginado,
sigo sempre … sempre,
despreocupado e sem querer !
tempos e locais instantâneos,
tão reais parecem ser,
dificultam-me a distinção da verdade,
esta em que vivo … em que rio e choro,
também lá estão … por vezes …
são pesadelos !
guardados em sacos estão comigo,
sonhos presos no meu bolso,
mal atados com atilhos,
a espera da sua vez !

dio


sábado, 12 de abril de 2008

sinto-me bem de olhos fechados …


sinto-me bem de olhos fechados …

sinto-me bem de olhos fechados …
sinto um ligeiro vento a passar-me pela pele,
devo estar nu … sinto-o pelo corpo inteiro !
não vou abrir os olhos !
os meus dedos dos pés tocam e passeiam-se pelas pontas afiadas das folhas que piso,
encolho-os com algumas bem apertadas no meio,
puxo-as inclinando o pé suavemente,
sinto cada folha … em cada pedacinho de pele …
em cada dedo do meu pé,
escorregam deixando um rasto sensorial !
pareço estar a ver o que estou a sentir,
género de visualização sensitiva,
representação básica colorida,
só para mim apresentada !
não quero … creio que não sou …
invejoso !
mas sei que o que agora sinto,
que é o que agora vejo,
só descrito assim consigo,
só assim posso descrever !
esta capacidade …
esta ilusão …
criada para colmatar a minha falta de visão …
felizmente por opção, são assim …
são um género de flashes no escuro das pálpebras,
misturados com linhas que formam desenhos e figuras …
e as sensações … tão boas !
não sei se estou acordado a imaginar,
se estou a dormir e a sonhar,
também não me vou preocupar,
vou aproveitar tudo enquanto durar !

dio

sexta-feira, 11 de abril de 2008

a minha liberdade ?


a minha liberdade ?

as solas dos meus pés estão frias e colam-se ao chão a cada passo …

nesta caminhada … miro o longínquo horizonte brilhante … é bonito e atractivo, mas não deixa de ser apenas um dos motivos que me atraiu neste projecto sem fim que empreendo !
a busca de um eu diferente, a busca de uma compreensão positiva sobre este mundo feio, a busca de uma espiritualidade desconhecida … a verdadeira liberdade … a consequente felicidade !

engraçado é como nos julgamos tantas vezes livres … todos …
mas depois de uma verdadeira e atenta observação, reparamos que qualquer que tenha sido a nossa opção, terá sido decidida sobre valores antigos, valores que nos são transmitidos pela vivência, não apenas nossa, mas sim a de todos que nos rodeiam, mesmo com quem não convivemos, perduram e lentamente evoluem conforme a sociedade !

apesar de aparentemente estes valores se apresentarem como dinâmicos, as alterações e evoluções são lentas demais para muitos indivíduos … aqui é onde eu me encaixo !
assim, onde está a nossa liberdade se qualquer que sejam as decisões, estas estarão sempre condicionadas por modos antigos, modelos de vida, ambições progressivas … por vezes doentias … regressivas até !

este meu desejo de libertação já vem de longe …
eu não quero obrigar ninguém a mudar comigo ou por mim, isso está completamente fora desta questão !
mas se eu aceito cada personagem desta telenovela real, tal como é …
será assim tão difícil aceitarem-me como eu sou ?
aceitarem-me com as minhas muito próprias questões, dúvidas, certezas, desejos …
aceitarem-me com os meus sentimentos, com as minhas fragilidades, com as minhas emoções …

não quero mudar nenhum modus vivendis pessoal ou generalizado, pretendo somente e apenas o meu !
considero-me apto para me adaptar a qualquer realidade, mas não para me alterar em favor de alguém ou de alguns !
evoluo tal como consigo, na minha velocidade personalizada persigo os objectivos que considero essenciais para a minha progressão em vida !

vou como posso … como consigo !
sei muito bem do que não preciso e do que não quero !
esforço-me com uma máxima bem presente em mente - se digo, faço !

é óbvio que gostava que fossem todos iguais a mim …
hum … e quem sou eu para desejo tal !

diospiro

quinta-feira, 10 de abril de 2008

despejar a alma no chão !


despejar a alma no chão !

raspo esta casca de pele que me tapa,
velha … ressequida e encardida,
cobre-me a carne e os ossos,
dá-me a forma que apresento !

camadas de merda e sujidade,
não despega nem lhe vejo fim,
tantas células mortas coladas,
coço … esfrego e arranco …
não descanso !

já me doem os dedos,
tanta é a força que faço,
parece uma carapaça,
parecem crostas …
capas de antigas feridas !

não paro … não consigo,
esta impulsividade instantânea,
creio que estou descontrolado,
tenho de resistir …
apetece-me tanto chorar,
assim não aguento mais !

o vermelho húmido …
sinto-o passar lentamente,
quente … pesado …
quer sair … libertar-se,
largar o peso contido,
despejar a alma no chão !

farto do fardo carregado,
das antigas histórias vividas,
este será o derradeiro …
o verdadeiro momento de vida !

sozinho e já deitado no chão …
observo de lado este rio que deixo …
avança lentamente brilhando,
enquanto cresce vejo nele o sol …
quente é o reflexo …
frio é o desfecho …

dio

quarta-feira, 9 de abril de 2008

poeminha bonitinho !


poeminha bonitinho !

as tuas mãos carregadas de magia,
sinto-as em mim sem me tocares,
tanta é a energia que carregas,
consegues lança-la só com o olhar !

não sei como o fazes,
também creio que não o desejo,
basta-me para ti olhar,
para sentir-me encostado ao teu peito !

parece fácil … uma brincadeira,
mas com nada se pode comparar,
nada do que sinto é mentira,
parece-me … sim … é amar !

grito aos ventos por muito mais,
sem receios ou medos quaisquer,
do que alguém possa entender,
não é a eles que eu quero chegar,
quero estar junto de ti para sempre,
quero beijar-te sem parar !

não fujas … vem a mim alma deliciosa,
olha para o que tens na tua frente,
espreita um pouco debaixo do véu,
é algo muito profundo e maravilhoso,
espero que gostes … sou eu !

estou contente neste momento contagiante,
podes não saber ou não querer entender,
mas nada neste momento me faz mais feliz,
do que partilhar contigo este instante !

dio

pureza … que tontice !


pureza … que tontice !

vestida de pele tecida,
o seu tom avermelhado trespassa esta figura,
mesmo disfarçada não esconde a sua origem,
tudo não passa de uma tentativa frustrada !
tenta passar despercebida no meio da multidão,
figura alta e bem cuidada,
de cabelo negro comprido …
está apanhado às costas colado …
abraçado por fios de pele em cores tingidos,
que de um lado para o outro … abanando suave,
acompanha o seu andar !
tudo é estranho ao seu olhar …
todos estranham ao seu passar …
de diferentes perspectivas se analisam,
de diferentes formas se aceitam !
diferentes mesmo humanos,
não podem ser mais que animais,
de estigmas ou fobias nos bolsos,
viram costas ou reagem …
ou fingem nem sequer ver !
estranhos passados confundidos,
neste presente misturados,
impossíveis de separar,
pureza … que tontice,
isso já não existe !

Dio Dast

todos uns bastardos !


todos uns bastardos !

tantos pássaros de asas abertas,
desenham no céu figuras aceleradas,
dejectam pelas suas rectro fendas,
armas biológicas em grandes cagadas !

nas ruas tocam alto os alarmes,
de mais um ataque deliberado,
todos fogem em cardumes,
para debaixo de tecto levantado !

mesmo depois de passarem,
restam perigos em todo lado,
no chão ou nos telhados a abanarem,
prontos a atingir o mais descuidado !

os passeios são caminho minado,
desviamo-nos em curvas curtas,
mas sempre com passo acautelado,
damos saltos como acrobatas !

chão sujo e porco já não nos espanta,
estamos todos mais do que habituados,
toda esta merda junta parece que nos encanta,
estamos todos nesta enorme fossa entrincheirados !

nem uma escada ou corda nos enviam,
nada que nos tire deste buraco,
mesmo salvos mas sujos não nos queriam,
na entrada do seu barraco !

podem ser todos grandes e poderosos,
mas no fundo todos uns bastardos,
metem tudo para dentro dos bolsos,
são cães raivosos açaimados !

riem-se dos coitados sofredores,
que lutam para sair dos buracos,
chegam mesmo a ser abusadores,
dos direitos humanos aclamados !

para quê tanta maldade,
tanta tristeza criada,
esta é a nossa actualidade,
por coisas menos importantes abafada !

as grandes potencias reconhecidas são obra prima do atropelo dos mais fracos que foram pisados !

Dio Dast



terça-feira, 8 de abril de 2008

descansa-me saber estar assim !


descansa-me saber estar assim !

olho para mim, não sei o que vejo !
olho para o céu, não me alegro !
olho para ti, sei o que desejo !

simplicidade básica …
longe da busca cansativa de explicações …
deixar-me levar por um sentimento que me altera …
descansa-me saber estar assim !
sonhar contigo suaviza-me esta subida,
ajuda-me a progredir,
protege-me da agressão …
que sou quando estou sozinho !

dançamos abraçados,
tantas musicas harmoniosas,
beijamo-nos agradecidos,
em situações fabulosas !

vejo-te quando não me vês …
observo-te de longe contente e agradecido,
sempre harmoniosamente embalado,
pelas emoções que sei escondidas,
descanso de sorriso contido !
nesta corrente por grandes elos unida,
o seu comprimento vai crescendo …
cada vez mais consolidada,
lentamente traçamos o nosso caminho,
minha amada … minha querida !

vamos abrir as grandes portas da sorte,
fechadas à muito pelo vento da amargura,
vamos entrar com vontade de mudar,
com muita confiança enfrentar,
perigos e aventuras … tudo e todos,
juntos … tenho a certeza que iremos vingar !

dio

e eu ... perco-me !


e eu … perco-me !

compreender a actualidade como ela se apresenta,
nada mais do que simplesmente é …
não procurar o que não existe …
e … o que não parece ser !
encontrar o que não procuro …
não … não consigo mais …
mas nada posso fazer !
infelizmente sei e tenho esta certeza,
eu sei que o que não procuro virá ter comigo,
irá sempre encontrar-me !
por mais que não queira,
por mais que não faça,
vai sempre acontecer,
constante mental real !
revolto-me e guerreio,
grito e não me calo,
têm de me ouvir,
preciso … disso !
por vezes estou triste … sem parecer,
por vezes estou contente … sem demonstrar,
por vezes não estou nada … apenas pensativo,
mas tudo isso … tudo o resto … quero ficar !
o que se apresenta nem sempre é o que vai na alma,
o que vai alma nem sempre é a realidade,
a realidade é interpretada,
a interpretação é manipulada,
a manipulação é controlada pelo que vai na alma …
e eu … perco-me !
entro por espirais perdidas,
mergulho dentro sem o fim avistar,
duram tanto quanto um breve piscar de olhos,
e são por vezes sucessivas …
e … libertadoras de destroços permanentes !
como explosivos retardados ficam alojados,
preparam a sua deflagração não planeada,
aguardam sinais codificados,
rebentam …
sobram grandes buracos negros,
sobra o esforço para os preencher,
sobro eu louco como sempre para lutar,
compreender … admitir … aceitar !

dio


quinta-feira, 3 de abril de 2008

raios em farpas !


raios em farpas !

o moinho de sol sobe lentamente no céu carregado …
percurso antigo marcado por um desconhecido !
os seus raios de farpas ferem-me os olhos,
mesmo fechados são trespassados …
fujo em corrida para me proteger !
mundo seco de planícies desertas,
cobertas de ervas em paus transformadas,
mundo liso assustador e bruto,
dividido por vales de escarpas desenhadas,
procuro abrigo … preciso de esconderijo !
calor ao limite suportado,
os meus pés são agora brasas,
lentamente vou sendo consumido,
inútil figura que ainda resiste …
parece castigo !
calvário sem escolha ou fuga possível,
os buracos são crateras …
são um reflexo …
das … memórias passadas !
correntes ferventes de líquidos estranhos,
nascem e morrem sem previsão possível …
nem isso prevejo como futuro,
limito-me a continuar …
neste inferno de vida !

dio

( bonito não é ? )
( bom, mas … bonito … bonito, são os c@#@s a bater no p*$o )

quarta-feira, 2 de abril de 2008

vida !


vida !

a maravilha da vida,
nem sempre agradecida,
usada e abusada,
e … constantemente esquecida !
o espírito existe,
será alma … ou vapor,
magia … ou energia,
existe dentro de todos,
faz parte … é a vida !
melhor ou pior,
levamos como podemos,
pesos somados,
sonhos perdidos,
por vezes miséria,
ou sorte merecida !
tudo parte de um todo,
tudo parte de nada …
de ninguém …
um completo vazio !
aceitar o óbvio,
desmistificar os mistérios,
resolver as complicações,
soltar a pressão !
aproveitar o que temos,
agradecer sempre …
sorrir …
levantar a cabeça …
andar para a frente !

dio

terça-feira, 1 de abril de 2008

Brejenjas – Manecas Girassol !


Brejenjas – Manecas Girassol !

o sol estava quente
a névoa levantava
o calor era abrangente
nem uma folha abanava !

a manecas girassol
uma tonta encalorada
corria feito louca
de camisa desabotoada !

o cego pressentiu
a sua bengala levantou
o seu coração tremeu
mas nada opinou !

a manecas semi-nua
deixou os homens a babar
o seu corpo ela insinua
começa tudo a descambar !

o murmurinho já corre na aldeia
a louca doida está desvairada
hora do ataque de ciumeira
ai que começa a barracada !

a jaquina do armando
conhecendo o marido que tem
larga os filhos acenando
quer proteger o que lhe convém !

corre campos quais raposas
caçadas saltam muros e vedações
tem o medo de todas as esposas
destas estranhas aberrações !

o sossego da madrugada
é agora recordação
nesta manhã amaldiçoada
as mulheres cheiram a traição !

a manecas encharcada
molhada de tanto suar
ao sol parece acorrentada
louca … persegue-o a flutuar !

o sol amaina finalmente
os pássaros chilreiam sem parar
a sombra é um calmante
no armando todos vão acabar !

mais um copo pedem todos
a medida que vão chegando
atarantados ou cansados
à tasca do armando !

mais um dia de loucura
nesta aldeia marada
alegria e amargura
aventura concentrada !

Dio Dast



Gimme Chelas ( microfilme de Rui Reininho produzido para a 1ª edição Festival Microfilmes)