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segunda-feira, 31 de março de 2008

à espera ?


à espera ?

a berma da estrada está ressequida …
a água que conteve com o sol secou !
para mim apenas um padrão geométrico resta,
um padrão igual a tantos outros que já observei !
as ervas que a ladeiam estão salpicadas de castanho,
que desaparece em pó com o vento que passa,
abanam suave até só verde restar !
tudo tão calmo nesta paisagem,
tudo tão repousante,
parecem aguardar,
fica este mistério …
estarão à espera ?
mas à espera do quê ?

pacientes …

concluo que não esperam ...

crescem apenas !

Dio



sexta-feira, 28 de março de 2008

vida diária !



vida diária !

os dias correm em passo acelerado,
quando decido olhar para o lado …
o presente … é passado !
tento manter-me ao corrente,
não é fácil manter este ritmo,
o tempo é cada vez mais escasso !
não posso deixar nada de lado,
efectuo revisões a todos os momentos,
em cada inspiração entra um novo ar oxigenado,
é bom … ajuda-me a recuperar !
sabe bem sentir estas faíscas dentro de mim,
faz-me sentir activo,
atento a ideias … sonhos …
que surgem do nada !
de um reflexo … de um olhar …
de um pressentimento,
são tão intensas por vezes …
mais parecem realidade !
depois decifrar tudo isto …
outro desafio … este é automático,
aceito-o de braços abertos,
parece magia … parece verdade !

Dio

( ai, vida completa … )

quinta-feira, 27 de março de 2008

os grãos de areia !


os grãos de areia !

os grãos de areia sobem e descem na praia,
deslizam rolando uns sobre os outros,
como que flutuam … tão pequenos são,
movem-se … levados pelo suave ondular do mar !
de muitos tons e formas diferentes,
serão rolados … desgastados … até desaparecerem,
o seu fim indetectável não nos afecta,
praia será praia … com areia … ou calhaus !
alguns sem origem conhecida,
outros … pequenos pedaços fósseis de vidas extintas,
resistem ao tempo sem esforço,
memória antiga de origem desconhecida !
pisamo-los e fazemos formas com eles,
construímos o que queremos …
transformamo-los como podemos,
não significam nada para ninguém,
porém são parte integrante da nossa vida !
para onde quer que nos viremos,
estarão sempre aqui e ali,
iremos antes de muitos !
andamos por cima deles,
convivemos com eles,
e no fim … acabaremos sempre …
por ser cobertos por eles !

Dio

e eu ainda me pergunto porquê …
… qual a razão deste texto !
razão … qual razão ?
não tem de existir nenhuma !



quarta-feira, 26 de março de 2008

olhos abertos a olhar para nada !


olhos abertos a olhar para nada !

olhos abertos a olhar para nada,
desenho figuras no espaço aberto,
navego sempre imaginando tanto,
é maravilhosa esta tela sem fim !

rabisco … pinto … escrevo … participo,
faço parte do que imagino,
apago com um pensamento,
paro e recomeço onde bem desejo !

estimulo-me com força neste desconhecido,
vou e viajo no espaço,
dou um mergulho num mar longínquo,
faço parte de uma arvore ou pássaro migrante,
posso tudo sem receios … sinto-me bem assim !

sou um monstro ou um príncipe,
uma serra ou um rio,
até as gotas ou um copo,
mesmo máquina ou relógio,
sou tudo o quero … mesmo sendo nada !

personagem de um filme,
realizador ou actor,
automóvel e foguetão,
tudo e nada ao mesmo tempo !

sentimento ou emoção,
realidade ou mentira,
tudo posso transformar,
sou o mago da vida !

ninguém sabe onde estou,
posso estar … e não estar,
esta sim … pode mesmo ser …
é a minha liberdade !

Dio

( posso sempre imaginar ! ninguém precisa de saber … )


brejenjas - o bêbado, o cego e o armando !


brejenjas - o bêbado, o cego e o armando !

caiu mal saiu da tasca
o louco anafado
tal era a borrasca
do bêbado amarfanhado !

tropeçado no estranho
que era portador de bengala
revirava os olhos
enquanto se levantava !

ai a minha carola
gritou para o alto
desta aldeola
feita em basalto !

dói-me tanto os cornos
gritou para o armando
agarrado aos adornos
enquanto se foi abeirando !

quem é este indagou
que me fez tropeçar
nunca o vi por aqui
pergunta ainda a balançar !

no mato sei que não se perde
da terra colhe o que semeia
pois enquanto assim abanar
não se afunda na areia !

ai bêbado estragado
tão longe da realidade
a tua cura passa ao lado
mas sei que não tens maldade !

não sabes que vejo preto
preto é a minha cor
não sei o alfabeto
desconheço o amor !

não me importo
não tens de saber tudo
andas sempre toldado
falas muito … não és mudo !

imagino-te feio e sisudo
e muito mais que não digo
desconfiado sobretudo
mesmo assim meu amigo !

o armando coitado
dono do minimercado
respondeu ao bêbado baixinho
é o cego … teu vizinho !

Dio Dast


( … pois … é giro brincar com as rimas ! sério ! )


terça-feira, 25 de março de 2008

eu quero ...


eu quero …

o teu colo almofada
os teus dedos dentes suaves de pente
a tua voz som calmante
pouso relaxante …
deixo-me levar !

sinto tudo a afastar-se
quais preocupações
problemas ou confusões
nada me pode atingir
quero ir !

sonho vagueando
sem restrições
locais sem barreiras
voo livre sem limitações
estou a voar !

quero aqui ficar
perdido e livre
descansado
arrebatado !

farto do guerreiro temerário
lutador compulsivo
feridas auto-infligidas
um … sanguinário combatente !

castigador cansado
perversor fatigado
impulsivo permanente
enfastiado sobrevivente !

não me esqueço
não o vou permitir
nem sequer considerar
estou no teu colo …
estou a repousar !

Diospiro

( só eu sei como gosto de ler o que escrevo, é um prazer muito meu … )


segunda-feira, 24 de março de 2008

a torre !


a torre !

são pequenos os vãos de escada de acesso a esta torre !
muitos vãos preenchidos de poucos degraus !
intercalados por plataformas frias e lisas,
estas conduzem a mais não sei quantos outros que me elevam à entrada !
é grande a porta … é gigantesca !
assim é para receber quem lá quiser entrar … julgo eu,
e está sempre aberta !
as pedras da sua base são montanhas,
marcam a fronteira da vontade de quem lá quer entrar !
parado na entrada sinto um frio que de imediato me arrepia …
tremo e paro com dúvidas,
as mesmas que me assolam constantemente …
mas confio na minha decisão,
afinal, são elas … as dúvidas,
o combustível deste motor cansado,
farto de rolar tantas vezes em seco neste passado recente,
agora demora e pesa-me o seu carburar !
procuro nesta demanda uma nova forma de olhar,
sentir e querer … limpar e purificar …
respirar um novo ar puro que sei que existe lá no alto !
o tremor transforma-se em ansiedade,
dou o passo … estou lá dentro !
que grande meu deus !
não lhe vejo fim,
é vertiginoso este buraco escuro …
vertical estonteante rodeada de escadaria,
parecem flutuar sem colunas ou armações,
nada de pilares fixados,
nada de cabos pendurados,
é a magia de quem sobe que os suspende a flutuar !
neste templo do auto-conhecimento,
acelero o passo … despacho-me a avançar,
enfrentar os degraus,
não quero perder tempo,
não posso desperdiçar nem mais um momento !
degrau a degrau … passo a passo,
vou subindo de cabeça erguida !
cada degrau … cada emoção,
os sentimentos vão-me cobrindo como água,
caem de nuvens de mil cores,
concerteza choro de quem parou … desistiu … caiu !
cada vão … cada estágio … mais uma subida !
não olho para o lado,
sei que não tenho onde me agarrar,
não tem sequer corrimão !
muitos degraus estão polidos,
desgastados e inclinados,
parecem despejar para o meio,
serão assim … ou sou eu que fraquejo ?
pensamentos e ideias convulsas afectam-me a concentração,
constantes armadilhas que tenho de enfrentar,
respostas mal-dispostas e conclusões precipitadas,
tudo me parece prender … o peso parece aumentar !
felizmente existem pequenas janelas,
orifícios estreitos de admirar,
transmitem confiança,
parecem dar-me a mão !
ganho novo fôlego,
a confiança é renovada,
o cantil da sorte parece estar recarregado,
e chega o momento de dar outra passada,
de peito cheio e atenção redobrada,
a luta continua !
mais batalhas eu sei que vou travar,
o meu objectivo é único … quero-o agarrar …
não me vou perdoar se me perder !
subo … consciente das minhas falhas,
não as posso ignorar,
aprendo com os erros passados,
sempre atento para não tropeçar !
com olhos de ver descubro caminho,
mesmo que vendados,
já os conheço bem,
não me vão enganar !
a escadaria interminável …
que parece sem fim,
está um pouco mais larga …
quero que continue assim !
ai solidão que não te vejo,
fica longe … não gosto de ti !

dio

quarta-feira, 5 de março de 2008

lamentos sem choro !


lamentos sem choro !

lamentos sem choro,
gritos histéricos,
berros perdidos ...
demoníacas assombrações,
pesadelos dormidos,
sustos sucessivos !

horríveis imagens reais,
ténue linha perdida,
muralha tombada,
sonhos esmagados,
desta vida fingida !

fechados os olhos não escondem,
fotografias antigas vividas ...
fechados os ouvidos não calam,
estas lamúrias que são só minhas !

porquê esta forma de viver,
sofro as sombras que criei,
não posso voltar atras,
corrigir tudo o que fiz !

preparo-me constantemente,
espiritualmente com muita fé,
digiro as consequências e o mal,
suporto todas as dores,
pretendo ser feliz !

histórias parecidas existem muitas,
não são essas que me preocupam,
a minha sim ... para mim interessa,
levar em frente esta luta !

Dio


terça-feira, 4 de março de 2008

existem momentos !


existem momentos !

existem momentos que me sinto um absoluto reflexo das condições que me rodeiam .
influências externas que me obrigam conscientemente a identificar, compreender e aprender a lidar internamente ao pressenti-las .

aceitação actualmente automática,
aprendizagem constante procurada,
espiritualidade evolutiva ambicionada,
para uma ... vida desejada !

as análises ditas imprescindíveis,
os encaixes julgados fundamentais,
nada mais que uma busca incessante,
exercício mental diário,
resultado final querido brilhante !

qualidade de vida ... qual o seu limite,
quais as suas fronteiras,
sei que para sempre vou ter de lutar,
com coragem ... o respeito,
sei que hei-de encontrar !

as estradas estão traçadas,
com caminhos e atalhos cravejadas,
o meu estará já porventura destinado,
poderei descansar ...
poderei confiar ...
companhia ... sim,
isso sei que terei !

Dio

os cus brancos jamais se bronzeariam !


os cus brancos jamais se bronzeariam !

se o sol não brilhasse ...
os cus brancos jamais se bronzeariam !

existem tantas personagens estranhas ...
neste mundo em que vivemos,
com tantas nos cruzamos,
por tantas passamos,
mesmo assim ainda me espanto !
muitas são assim ... esquisitas,
não sei bem como explicar,
mas vou tentar,
da melhor forma que encontrar !

vamos imaginar ...
como ... pilas moles ... desastrosas,
eles transportam consigo orgulhosos,
pedaço de carne recheada de esponja,
constantemente de vasos esvaziados,
só utilizam para pingar as cuecas,
nem as espremer sabem !

estranha maneira de manusear a mangueira !

os próprios tomates parecem berlindes,
tal a dimensão de coragem medida,
não são de vidro nem de ferro,
são de pano tingido de castanho,
tantas jorradas de merda ensoparam,
que o seu cheiro à sombra antecede !

bom uso de coisas que não sabem para que servem !

nada disto é novidade,
e também não pretendo entusiasmar ninguém,
a verdade é que receio o futuro,
com gente desta e fingidos engenheiros,
o nosso país pode cair na pocilga,
e a merda ... tapar-nos as orelhas,
engasgarmo-nos com o mijo dos outros,
aceitarmos este mergulho cagados,
e ... rirmo-nos ...
e ... queixarmo-nos ...

pois !
povo fácil ...
fácil, fácil !

Dio Dast

domingo, 2 de março de 2008

sabe bem puder pensar em ti !


sabe bem puder pensar em ti !

sabe bem puder pensar em ti !
imaginar-te ao meu lado,
mesmo longe ...


estás sempre aqui ...
à distancia de um pensamento !

o tempo passa lento,
a alegria esmorece,
a tristeza ganha espaço ...

depois lembro-me de ti,
dos nossos momentos,
do que me fazes sentir,
emociono-me ...

sem reparar tudo muda,
alheio-me e altero-me,
a focagem é diferente,
só vejo coisas lindas ...

procuro o teu ritmo ao andar ...
procuro-o nos pássaros a chilrear ...
vejo-o nos rostos que passam ...
sinto-o na musica que toca ...
tudo me balança !

os meus olhos só vêm o que procuro ...
e ... pensar em ti ...
limpa o meu horizonte,
imagino inexistência de limites em actos,
imagino as acções mais puras,
estas desenrolam-se e precipitam-se num sonho acordado,
num sonho vivo ...
eu faço parte ...
tu também !

sabe bem puder pensar em ti !
porque existes,
porque estás,
porque ...

muitos porques ...
mas ...

porque és tu !

Dio





Gimme Chelas ( microfilme de Rui Reininho produzido para a 1ª edição Festival Microfilmes)