lesma… não caracol

.

lesma… não caracol

lentamente…

por vezes parado…

ando sonhando,

sonhando ando…

em querer ser quem sonho,

sem deformar quem eu sou…

como uma lenta lesma…

de desejo em ser caracol,

vivo assim só…

e só assim vivo,

sem casa…

ou morada…

sou apenas levado,

pelos ventos direcionado,

e arrastado sujo pela lama…

da terra que alegre eu como,

e com a agua…

que também me lava…

eu sou lesma…

não sou caracol…

e embora o deseje,

sei que não o sou…

e não sei se serei,

ou se quero…

se por isso eu tiver…

que me dar… ou vender !

eu sou…

e nada mais serei…

que não o que vês,

uma lesma apenas…

e nunca um caracol,

nem sequer fingido,

ou mal disfarçado !

lentamente… por vezes parado,

eu sigo contente…

o caminho do vento,

esse… meu eterno amigo…

companheiro de viagem,

e da eterna maldição,

desta lesma… eu !

dio

20120705a01530Lx

! respeitem todos os autores  (>diop@2012<) !

com o sol desperto...

com o sol desperto...

acordo... com o sol desperto,
contigo no pensamento...
e desejo no corpo...
como em recordação...
da união... que somos...

sinto-te de perto...
o teu aroma,
e o teu toque...
eu não esqueço...

a distancia não importa,
não apaga a minha memória,
dos sentimentos... das emoções,
que tão bem guardadas,
estas serão recordadas...

elas servem-me de consolo...
e alegram-me o pensamento...
alimentando vontades...
em delírios de saudades...
que me lembram para sempre,
o que sinto por ti...
e do quanto...
tu és...
tu significas...
para mim !

ehi

20120423a0655StaCat

não sei porquê !

não sei porquê


não... não sei porquê,
esta maneira de ser...
de fazer... acontecer,
de transformar... o bom,
em pior que o mau...

de gostar que gostem,
de odiar que esqueçam...
de tudo... de nada !

de amar... sofrer !

de julgar as aparências,
sem questionar as vontades,
sem desconfiar... sequer...
das intenções... dos outros...
e das minhas...

e seguir, sem parar...

sem nunca olhar,
para a frente...
para trás...

sem vontade para observar...
analisar, segmentar... dividir,
desmontar toda a minha vida,
por anos... momentos... eventos...

sem descobrir... o que de pouco fiz,
para merecer... o desmérito...
e a falta de vontade...
que tenho...
e por vezes...
eu sinto !

de não ter o que desejo,
nem o que preciso...

nem para merecer...
o pouco... que tenho,
nesta merda de vida...
que por vezes é...
tão bonita !

ehi

20120420VFX

a pedra, a folha e a flor...

-- a pedra --

... uma pedra, ao ver-me passar,

disse-me que queria voar,
que a lançasse bem alto,
onde nunca tivesse ido,
como nunca eu teria feito...

assim fiz... o mais alto que conseguia,
eu lancei-a... perdi-a de vista...
fui-me embora...
acho que triste...

ela voltou...
mas eu já não estava lá...
e no chão... de novo...
onde sempre esteve.
ficou sozinha !

-- a folha --

... uma folha, no chão pousada,
ao ver-me aproximar... chamou-me,
pediu-me que lhe pegasse...

delicadamente apanhei-a do chão,
e contou-me o seu sonho...
o seu maior desejo...

disse-me que gostava de passear,
conhecer outros mundos... outros lugares,
fora dali... onde sempre estivera...
toda a sua vida...

levei-a para perto de um rio...
devagar... na água que corria...
eu... triste... deixei-a...
e a folha foi...
desapareceu de vista...

nunca mais a vi,
espero que esteja feliz !

-- a flor --

... uma flor, linda... no chão sozinha,

na suave brisa que corria....
baloiçava... dançava... só para mim,
assim sonhei... como eu gostava...

sentei-me ao seu lado...
e sossegado... eu fiquei,
só a observar...

a admirar a sua fragilidade...
lutei com todas as minhas forças...
para não a magoar...
para não a arrancar...
de onde estava... e levar...
comigo para casa...

e ela nada disse...
e nada pediu,
mas não me ignorou,
simplesmente sorriu...

eu retribuí... e sorri...
e de contente...
eu fiquei feliz...

deitei-me... ao seu lado eu fiquei,
protegendo-a com amor...
com o meu calor...
e com tudo o que tenho...

e ela não partiu...
nem sequer me pediu...

apenas ficou...
a balançar...
a dançar para mim...
que em sossego...
contente... eu fiquei...
assim... para sempre feliz !

ehi

20120415abcStaCat

eu... quem

eu... quem sou...

eu... quem dorme... acordado,
sem saber que acordo a sonhar,

ainda sonho que estou a dormir...


eu... quem sou... eu ?


eu sou assim...

sou eu !

dio

20120409StaCat

oxalás...

oxalás...

ao meu lado... para sempre,
o frio... uma percepção desconhecida,
coberta por um abraço quente e forte,
onde a intimidade... é destino...
o objectivo... em união...
na perfeição de um desejo...
partilhado... por ambos...


oxalás para os fados...
esses que nos acompanham...
que são a nossa vida...

adeus para sempre, ou ate já...
sem quaisquer reservas...
ou lugares... marcados !

dio

20120407StaCat

sem o manual...

sem o manual...

sem o manual...

as instruções...
perderam-se,
e com elas,
eu também...

encontro-me...
redescubro...
reescrevo...
o mesmo...
mas nada igual...
talvez eu...

não sei mais quem...

em muitos actos distinta,
esta peça de vida a viver,
não é alegre... nem feliz...
mas é verdadeira,
e o sofrimento...
acompanha a dor...
dos dissabores...
e dos desgostos...

salva vai frenética a loucura...
essa que só a mim assiste,
mas que infelizmente...
não desculpa...

e nem sequer perdoa...
nem a mim...

nem a quem me rodeia !

diop

20120407StaCat

vidas em atraso...

vidas em atraso...

as vidas que em atraso,
são vividas... como se sonhadas...

apenas restam sós...

e sem memória,
nas vidas de quem acordado,
nunca o fez...
embora o tenha desejado !

e dorme chorando,
a alma que se encontrou,
na verdade da sua vida,
que sendo tão básica...
somente... tão simplesmente...
complicou !

como por vontade,

como por desconhecimento...

assim aconteceu !


dio

20120405StaCat

segue o louco

.

segue o louco

extasiado… segue o louco,

atrás do sol… fugindo da lua,

que julga sendo assim tão fria…

ser sua amante…

ou um amor…

já perdido…

pisa a merda… diz palavrões,

sabendo que o faz,

mesmo assim…

em repetição…

ele pisa outra vez,

diariamente…

sem perdão…

não salta do buraco,

não foge…

nem sequer parece…

para aí estar virado…

ou sequer interessado…

mesmo só em fazer diferente,

do que faz todos os dias…

de manhã…

à noite…

passa o dia…

ficando…

apenas…

em desespero…

ele abre as portas… uma a uma,

aquelas que um dia prometeu…

para sempre fechar…

sem olhar para trás…

entrando e saindo…

de uma corrida…

assim… sem fim…

desenfreada…

pensando que julga,

que julga que pensa…

que faz o que deseja,

mesmo sabendo…

estar a ser egoísta…

não muda o que faz…

e continua-o sendo…

o louco… varrido…

chamado louquinho…

será sempre o que foi,

um tonto… maluquinho…

persegue o sol,

que sempre lhe foge…

foge da lua… que fria…

julga sua amante…

que sempre o alcança…

foge maluquinho… tonto,

o louco ordinário,

burro… é parvinho !

dio

20120404b1550VFX

! respeitem todos os autores (>diop@2012<) !

eu não colhi...

.

eu não colhi…

eu não colhi… esta flor,

foi-me oferecida…

com paixão...

com amor…

e pelo caule…

eu seguro-a,

com cuidado,

para não estragar…

anda comigo…

aqui… ali…

por todo lado...

e as suas folhas…

grandes… perfeitas,

são lindas de morrer…

todos os dias… sem descanso,

eu observo-a… com atenção,

todas as cores… e o conjunto,

que eu completo…

com a sua textura…

que eu sinto… com os dedos,

os meus… que a seguram,

assim delicadamente…

mas… tão suave…

não consigo parar,

acaricio-a… demasiado,

sempre que posso…

esta pele que a veste,

de seda feita…

quase não a sinto…

tanta ternura… que transmite…

e parece querer… receber…

e eu ofereço… com prazer…

toda a que ela necessita...

avanço devagar… e toco-lhe…

massajo-lhe as pétalas,

lentamente… vão-se abrindo,

para mostrar… a sua essência…

o seu segredo… bem guardado,

o mais querido… o desejado !

dio

20120404a0735StaCat

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se me sorrires...

.

se me sorrires

eu rio-me…

se tu rires,

se me sorrires…

serei feliz…

se choras…

eu choro também,

e soluçarei contigo,

se assim o quiseres…

e se me permitires…

talvez abraçados…

quem sabe,

ou afastados…

se decidirmos,

mas sempre juntos…

eu garanto… unidos…

para sempre,

por um sentimento…

um amor experimentado,

preenchido… pleno…

de partilha… de prazer…

e as alegrias prometidas,

e as… juras em paixão,

e mais tanto ainda…

por cumprir e demais…

é a vontade de o fazer…

esta parede que foi erguida,

parece tão intransponível…

e se a vontade fraquejar…

nem nada… ninguém…

pode… irá ajudar…

se não deixarmos…

se proibirmos…

esta perda… ganha,

só mais um momento…

a acrescentar à vida…

a ser vivida…

muito mais…

intensamente !

dio

20120403a0705StaCat

! respeitem todos os autores (>diop@2012<) !

sem espelho...

.

sem espelho

empurro… com toda a força,

que tenho… que invento…

puxo por todos…

e tantas… muitas vezes,

eu esqueço… de mim…

que também existo…

na vida que vivo,

a minha… de todos,

os que gostam de mim…

ou me odeiam… de morte,

por ser o que sou…

como sou…

e gostaria de ser…

apenas sonho…

e fico a ver…

e eu fico…

e eu vou…

e eu rio…

e… eu choro…

também…
como todos…

eu que tanto ajudo…

sempre… como posso,
e a mim… eu… a mim,

eu apenas… eu só me vejo,

no reflexo do espelho…

de quem gosto…

que me rodeia…

umas vezes cristalina…

outras vezes embaciada,

a imagem que capto…

eu receio… eu temo…

não ser a desejada…

sendo um fraco retorno…

ou uma triste visão…

é o que vejo…

que me assusta !

dio

20120402b1315StaCat/VFX

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à janela... a florir...

.

à janela… a florir…

todo o tempo,

que esperei por ti…

pacientemente…

eu desejei sempre,

podermos ficar juntos,

num amor…

que nunca acabasse !

não é a lua nem as estrelas do céu,

qual sol da minha madrugada,

que me mandam…

que me enviam sinais,

do que quero…

do que preciso…

só eu sei…

só eu tenho a certeza,

de que passo para fora…

o que sinto por dentro…

e é esta paixão,

demais arrebatadora,

imensurável…

incompreensível…

é esta vontade…

de estar… de ficar…

em paixão contigo…

hoje… amanhã…

sempre…

é deitar com a certeza…

que de manhã…

te vou poder beijar…

sem medo que fujas…

ou estejas de partida…

ou simplesmente saber,

ou julgar que sim…

sem fingimento…

que o sei…

certo é o que eu digo,

que não existe flor…

para sempre viçosa…

tal como a tua…

que sem ser plantada,

ainda resiste…

numa garrafa…

colocada…

à janela…

a florir !

dio

20120402a0650StaCat

! respeitem todos os autores (>diop@2012<) !

repenso

.

repenso

vejo-te passar ao longe,

corro a apanhar-te…

tento não tropeçar…

eu não quero…

não te posso perder…

avalio-me…

refaço questionários…

analiso as respostas…

e… morro…

de vergonha…

repenso estratégias,

reúno esforços,

sem saber…

se… novamente,

para sofrer…

e eu mato-me…

e esfolo-me…

e… caio de cansaço,

eu quase desisto,

mas não consigo…

em esforço arrasto-me…

tento-me ligar…

lentamente recarregar…

estas baterias ferrugentas,

cansadas…

podres…

poderá ser demasiado,

o esforço… a potência…

tudo o que lhes exijo…

para pegar… de novo…

esta... perra… quase morta,

esta velha máquina…

que teima em funcionar…

sem qualquer descanso…

e esta…

é única…

é clássica…

e assim sou eu…

a querer andar…

sem saber se quero…

esquecer… o passado !

dio

20120330a0800StaCat

! respeitem todos os autores (>diop@2012<) !