quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

fé e deuses esquisitos


fé e deuses esquisitos

este pode ser um novo dia,
com ele o quente sol pode despertar,
e como se uma nova vida nascesse ...
descobre a alegria outrora encoberta !

as nuvens escuras e frias que se dissipam,
ter-se-ão eventualmente acabado ...
quem sabe ... até mesmo desaparecido,
e dar lugar a uma nova maravilha !

sem qualquer fé em deuses esquisitos,
nem mãos de santos ... ou estranhos cristos,
poderemos até esquecer de uma só vez,
todas as pesadas cruzes que nos prometeram !

quais são os olhos que podem ver o futuro,
que futuro podem ver com os olhos,
eventualmente serão uns olhos sem futuro,
ou mesmo um qualquer futuro sem olhos !

vamos queimar todas as facas sujas,
enterrar as lanças ensanguentadas,
esquecer tudo o que fora julgado,
por outros ... em nossa vez !

são milhares ... milhões de religiões,
com tantas promessas de milagres,
são tudo curas infalíveis ...
com tantas mentiras ...
são só mentiras !

acreditar em não acreditar,
não viver apenas vivendo,
não esperar por acontecer,
mas sim fazer com que aconteça !

a história humana é tão feia e má,
o retorno desconhecido ainda está para vir,
quietos vamos aguardando ... esperamos,
preparamo-nos para o que há-de vir !

uns melhor ... outros nem por isso,
mesmo os que pensam ... que julgam que sabem ...
não sabem distinguir se é sonho ... ou pesadelo,
o que querem ... que julgam conseguir !

dio


(081223c2240Lisb277/08)

o grosso couro da coragem


o grosso couro da coragem

todos os meus medos estão ...
existem debaixo desta grossa pele,
que a um vadio cão esfolei,
antes que este morresse !

depois de os seus pêlos rapar,
até apenas o seu grosso couro ficar,
vesti-o em mim para cobrir ...
para proteger do que me possa ferir !

e a ilusão do ser invencível,
tomou-me de uma só vez,
e a confiança que repasso,
eu sinto tanto ... eu acredito !

assim com este escudo vestido,
e comportamentos afectados,
algo cresce dentro de mim ...
é uma coragem inexistente !

levar-me a arriscar sem medidas,
quais receios ... o que é o medo,
que me coloca em tantas situações ...
tão fora de qualquer volta ...
e de qualquer vida !

resistir a este chamamento,
sempre tão irresistível,
de subir qualquer fasquia,
onde todos se detêm...
mesmo o medo !

olho à volta observando,
tão atento e crendo tanto,
que o caminho que todos tomam,
é o correcto para mim também !

acabo por despir ...
por tirar esta pele usada ...
que promete muita aventura,
mas a mim ... talvez não sirva !

dio

(081223b1740Lisb276/07)

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

o cavalão


o cavalão

grande besta o cavalo tonto,
com uma língua tão comprida,
parece que não tem fim !

resmungão de extenso vocabulário,
insensível que cospe palavras horríveis,
que ofende tudo e todos sem questões !

ralha aos amigos ...
excomunga a família,
e de quem gosta ...
muito mais ainda !

é tão grande este cavalão,
é tão burro este animal,
não passa de um enorme tolo ...
tantas vezes ... e muito mais ainda !

veste o hábito de quem não é,
dispara letras sujas para quem não deve,
depois engole a merda que fez !

é um triste ser de trabalho,
um infeliz com vida assistida,
por vezes pelo espírito,
por vezes pela alegria ...
neste longo caminho,
tantas vezes perdido !

olha à tua volta ...
não menosprezes ninguém ...
muito menos de quem gostas,
e de quem gosta de ti !

dio

081222a0805Telhrs274/05

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

prazer já ! ( dio revisita 2007 )


27 -11-2007 c 15 : 15 h

prazer já !

mão esquerda no volante,

mão direita numa vontade muito própria,
numa zona escondida e húmida,

entre as pernas,
te encontra !

movimentos lentos,
plenos de vontade,
acariciam-te através das calças,
elas não escondem o entusiasmo !

a tua língua,
os teus lábios,
os teus seios de perfil ...
ofuscam-me a visibilidade,
e assim hipnotizado,
babo-me só de olhar !

encosto e desligo o carro,
tiro o cinto ...
precipito-me para ti,
sinto-te a respiração,
sobe a tensão,
meto as mãos pela tua camisa,
sinto o teu calor,
montes em carne,
prontos à minha espera,
não resisto em apertar !

puxo-te para o meu lado,
desconfortáveis arfamos,
pele com pele encostados,
finalmente juntos !

dispo-te as calças,
puxo com força,
tratas das minhas,
desapertas-me os botões,
estamos perto ... muito ...

enquanto nos beijamos,
tentamos encaixar,
mil posições já tentadas,
temos preferência,
sabemos como se faz,
com calma precipitamo-nos,
intimidade provada,
acção iniciada,
movimentos bruscos,
batemos um no outro,
com prazer acumulado,
pronto a revelar-se,
mas não deixamos esgotar,
ambos queremos,
ambos fazemos,
ambos estamos ... tão ...
... tão cansados !

... descrição básica para algo tão complexo,
duas pessoas apaixonadas com sonhos de prazer,
suores plenos de acção em situações de realização ...

... concentração difícil, viagens longas,
sensações e aventuras intermináveis, prazeres inesgotáveis,
fonte de juventude que nos alimenta o desejo ...

dio

( eu tento, continuo sempre a tentar, não vou parar, pelo menos por agora ... )

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

limpa ... pura ... o que procuramos ?


limpa ... pura ... o que procuramos ?

vida quente ... iluminada,
desperta o espírito ... eleva a alma,
serve pronta quem necessita,
a todos ... sem excepção !

o universo que nos rodeia,
tão frio e escuro ... infinito em tempo,
é morada eterna dos nossos deuses,
objectivo de orações e tantas preces !

são tantas formas de acreditar,
tantos objectivos imaginados,
mas a vida ... é sempre a mesma,
será sempre triste ... a realidade !

somamos tristezas com alegrias,
marchamos fortes pelo destino,
são momentos tão importantes,
desperdiçados por mil caminhos !

já fechámos tantas portas,
e recalcamos ainda mais os desejos,
criamos sucessivas fachadas ... disfarces,
para não nos sentirmos excluídos !

quase máquinas aqui andamos,
limitadas por uma consciência,
tão celebrada como sendo global,
e sempre acusada individualmente !

talvez as nuvens que vemos no horizonte,
se dissipem se de verdade acreditarmos,
que expondo sem medo o nosso ser,
possamos ser quem realmente somos !

talvez um dia o sol volte a brilhar,
fortalecendo cada espírito vivo,
permitindo uma nova via de vida,
limpa ... pura ... de agradecimento !

pisarei para sempre todos os nadas,
enterrarei todas as tristezas,
bem fundo para não as ouvir chamar ...
com os seus gritos horríveis de terror !

tantos erros que já foram consumados ...
tantos testes que já foram ultrapassados ...
apenas procuro o meu novo berço,
e não vou descansar ...
e sei que o vou encontrar !

prossigo contagiado e seduzido ...
agora já nada me pára !

dio


081203a0925CRib270/01

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

sonho ... encontrei


sonho ... encontrei !

sonhar ...
apenas sonhar que sonho !

sonhar ...
voar pelo ar,
sonhar ...
navegar pelo mar !

sonhar ...
perder-me a encontrar ...
ou simplesmente sonhar,
que encontrava o que perdi,
que perdido sonhei que sonhava,
que encontrava o sonho ...
que perdido julgava !

dio

terça-feira, 18 de novembro de 2008

o meu desejo


o meu desejo

boca grande bonita e feia ...
sempre a mesma,
das frases lindas com palavras ...
usadas,
são músicas e letras imaginadas ...
apenas sonhos ... pesadelos,
realidade ou mentira ...
são tudo e não são nada !

contos mágicos de louvar ...
ou não,
histórias antigas revividas ...
actuais,
momentos únicos para partilhar ...
a todos e a ninguém ...
para quem acreditar !

nesta vida presa e livre para voar ...
tão alto,
fugimos de tudo o que nos retrai ...
que prende,
sabemos que tudo o que procuramos ...
está aqui,
em mim ou em ti !

são simples chaves que nos prendem ...
somos nós,
robustas trancas cimentadas ...
ideais,
castelo erguido em memórias ...
passadas,
sem saudade ou desejo !

paciente aguardo pelo teu ....
olhar,
esse instante louco de te ver ...
espreitar,
por essa porta tão pesada ...
tão triste ...
que te priva e proíbe !

espero louco por te ver ...
libertar,
soltar as amarras desse cais ...
tão feio,
e imaginar-te a flutuar ...
comigo,
para sempre nos os dois !

dio

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

neste curto momento de sossego


neste curto momento de sossego

neste curto momento de sossego,
aproveito para me sentar … pensar,
distancio-me com muito prazer …
sou levado pelas ondas que batem !

foquei-me em mágoas e tristezas,
deixo-me ir em considerações variadas,
hipnotizo-me com esta brisa fresca,
não sei onde me vai levar !

o pequeno ponto que me considero nesta vasta imensidão,
condiciona-me para a insignificância tola do meu papel,
tanto eu … como todos os outros … apenas reticências,
reduzidos pela individualidade característica !

onde estão todos aqueles pensamentos bonitos,
onde escondemos todos os sonhos maravilhosos,
onde fechámos a nossa vida a cadeado …
quem guarda esta chave secreta ?

conseguiremos algum dia de facto libertarmo-nos …
se continuarmos nesta retracção auto-alimentada,
limitando-nos propositadamente na destruição,
não prevejo grandes mudanças … receio o fim do mundo !

olhamos indiferentes uns para os outros,
colocamo-nos facilmente por cima de escombros,
das lixeiras das guerras sem sentido combatidas,
de tantas nações de pessoas corrompidas !

muitos parecem já não querer sentimentos …
que os cerquem em grandes currais abertos,
agora todos se concentram apenas em emoções …
em muitas magias … e outras tantas ilusões !

neste mundo … seremos todos assim …
descrentes e desacreditados em tudo e todos,
eu rezava se em algum deus acreditasse …
mas eu preciso de crer para poder ter fé !

abro os olhos que mantive fechados,
olho para o lado … e vou de mão dada,
não só com a vida … também com a paixão,
com a alegria e com a felicidade !

sozinho sentado observo em sossego o mar,
este vasto azul que no horizonte se funde com o céu …
ambos salpicados de branco … parecem reflexo,
são o espelho e a imagem retribuída !

dio

terça-feira, 21 de outubro de 2008

um dia !


um dia !

loucura imparável na sua mais pura forma viva !

tem sido uma loucura pessoal,
sem corantes … nem conservantes !

depois da tomada de uma verdadeira decisão
depois de optar por uma possibilidade de sofrer por tempo indeterminado
depois de me permitir uma evolução lenta mas sustentada
depois de cair
depois de me levantar
depois de repetir … jurar … prometer … querer …
depois de começar novamente
depois de compreender
depois de aceitar
depois de puder
depois de embalar
depois de ajudar
depois de crescer

… acreditar …

… não é tão fácil como parece !

querer acreditar é o inicio apenas,
tudo tem de começar por um lado qualquer,
e aqui aplica-se na perfeição,
vamos pensar em voz alta,
aliás … ler em voz alta !

é no querer que a nossa vontade vence,
é no crer em querer que nos modificamos,
quanto mais cremos …
mais força temos …
depois … mesmo sem querer,
já acreditamos !

este pequenino texto resume com fidelidade a minha forma de pensar,
revela muito particularmente um dos meus segredos !

assim exposto parece-me esquisito,
nunca tinha pensado muito nisto !

diospiro

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

quadro negro


quadro negro

no verde vomitado deitado,
contempla inútil a risota de quem passa,
chora imóvel escorrido no chão,
personagem triste e transtornada !

a escuridão que vai e vem com o piscar dos olhos,
embala-o num sossego mortalmente pesado,
deixa de existir tudo … barulhos … imagens …
quais sentidos … quais emoções !

um grande quadro negro apresenta-se à sua frente,
como esponja absorvente rouba-lhe os desejos,
vão-se memórias e recordações abraçadas,
como um desfile de luzes e flashes …
desaparece tudo no infinito pequeno !

estimado amor perdido pela vida que se esvai,
empurrada por este mundo por maldades incontáveis,
arrasta-se perdida e triste em busca de uma saída,
um buraco que possibilite um escape …
para abandonar este corpo gasto e moído aprisionado !

nem conspurcada como nunca antes vista,
serve de emenda a este pobre corpo caído,
não sabe e nem imagina o que lhe espera ainda,
está agarrado por demasiadas histórias e magias,
foi amaldiçoado por maldosos feitiços !

a água cai como setas que espetam na carne que não tem,
o vento arranca-lhe as roupas rasgadas de uso,
o frio adormece-o lentamente …
e a sua luz devagar vem-se apagando …

e esta vida que está presa … quase liberta,
abraça este momento que não espera …
é o instante decisivo,
do abandono … sem retorno !

mas estremece de ansiedade,
baralha-se e confunde razões,
relembra alegrias distantes,
um passado conjunto antigo e feliz,
repleto de aventuras marcantes …

quem passou a vida a lutar,
que perdeu tantas paixões … mesmo da vida,
abandonado à sorte pelas ruas,
sem esperanças no futuro que se adivinhava …
e de tantas promessas incumpridas !

é apenas um corpo oprimido,
que sem apostas ou possibilidades,
até aqui conseguiu chegar,
sempre subjugado … sempre castigado !

tantas sensações … que sem corpo vai perder,
pergunta-se sem resposta o que fazer …
sabe o que quer … e não é desistir nem abandonar,
talvez reconquistar humildemente o tempo perdido,
mais uma vez lutar …
sem descanso …
ou perdão !

lentamente o quadro negro se esbate,
invadido por um calor misterioso … que o aquece,
a vida viva recupera este corpo frio inerte no chão,
a oportunidade poderá ser única…
… pelo menos por mais esta vez !

é mais uma vez a esperança que não desapareceu …
escondeu-se apenas !

é mais uma vez a luta pela vitória …
que numa batalha quase se perdeu !

é a coragem adormecida !

é a sabedoria !

dio

terça-feira, 14 de outubro de 2008

atractor calejado !


atractor calejado !

como uma marca de água indefinida …
quase sem contraste … muito suave … leve …

este atractor sofrido e calejado,
intencionalmente sem querer ferido,
não passa de um aceitado desajeitado,
que por todos é querido …
e por todos … rejeitado !

é um vai e vem cambaleante,
sente-se levado navegando em sonhos,
nesta semi-vida que particularmente é a sua,
e com uma especial tristeza arrebatada,
ela está presa e solta em cada elo,
elo que une as algemas que esconde !

vestido por vestes invisíveis,
a descoberto … está bem tapado !

é o que não é … mas que gostava de ser,
camaleão camuflado perdido no mundo,
é um rato … que ruge como um leão,
é um elefante tombado vencido no chão,
que em silêncio solta o seu ultimo suspiro !

erguido o valente para cair,
observa bem longe do alto do seu castelo,
as manchas que marcham no seu caminho,
que negras … escuras … são o próprio medo,
transportam o receio e o pavor da rasteira,
e consequente queda que o pode ferir !

vida de medo … medo de vida,
completa não é simples … mas é única !

crescente evolução garantida,
em crescente criação criativa,
nesta crescente revolta assistida,
por resistentes observadores expectantes …
por quedas neste chão torto que pisa !

em respeito aos mestres que ensinam,
e despeito por todos que falharam,
maldosos gritam no ar más adivinhas,
e desejos que males lhe aconteça,
e com tantos barulhos perdidos,
baralham até os mais confiantes !

cada um por si … todos sozinhos …
não fazem um capaz … não fazem nada de jeito !

o atractor continua bruto a sua luta,
é um magneto confesso e habituado,
das setas de ilusões e verdades,
que disparadas já no passado,
ainda agora o têm em mira !

agachado espreita desperto,
atento … consciente alma vigilante,
não lhes perde o rastro desde o disparo,
traça o seu percurso e planta espantalhos,
fornece-lhes figuras mortas como destino,
deslumbrado sempre com a sua pontaria !

salta … agacha-se … desvia-se,
sabe bem que é destino apontado,
e rápido e esguio … será alvo falhado,
e esperto e matreiro … obterá suficientes defesas !

é valente este corajoso,
é vencedor este lutador,
e o seu espírito perdurará,
na alma que o acompanhar !


diospiro

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

eu encontro … eu estou !


eu encontro … eu estou !

sim,
no teu corpo eu encontro …a busca do meu ser,
a razão do meu querer !

sim,
contigo eu sei que estou …
no mundo que anseio,
no seio do meu desejo !

sim,
és o calor que me aquece,
a luz que ilumina o meu espaço,
com quem partilho os meus receios !

és o desejo correspondido da minha alma,
que perdida um dia andou,
e que sem esperar num dia qualquer,
a magia por ser quem é,
sem avisar desceu brilhante,
apresentou-me a tua imagem,
e assim … deixou-me sem respirar !

tudo pode acontecer,
se acreditarmos que conseguimos !

os resultados podem ser lentos,
mas o esforço é objectivo !

cada realidade merece uma especial atenção,
cada realidade é uma vida de história viva,
e querer acreditar na verdadeira verdade,
querer crer pelo menos …
será sempre de louvar !

o susto faz parte da vida,
o medo é real,
a aposta estará sempre presente,
e … a vida, essa …
será sempre apenas uma !

dio

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

craze bro

0805211515CRib

craze bro


limpo …
arraso com o reino dos padrastos,

seitas maradas ...
vacas tresmalhadas,
tudo para dentro do mesmo caldeirão !

destruo e derreto …
tudo num mau mix,
sem nada …
sem perdão !

dá-lhe gás mainbro !


diospiro

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

um ano e umas migalhas …


um ano e umas migalhas …

1 ano …

faz hoje um ano e uns dias que comecei … inocentemente …
a experimentar escrever umas palavras !

isto foi evoluindo,
eu fui gostando,
eu fui escrevendo !

na verdade e com este já publiquei em espaço virtual,
254 pequenas amostras de letras pegadas,
que com mais ou menos sentido têm vindo a ser, para mim,
uma novidade cada vez mais explorada !

surpreendentemente gosto cada vez mais,
embora tenha vindo a escrever cada vez menos !

na verdade esta situação prende-se com uma situação,
é que tenho obtido tão poucos feed-backs … e essa situação …
sinto que me tem influenciado negativamente neste processo,
pois a minha vontade de crescimento e desenvolvimento da colocação em palavras dos meus pensamentos, ideias, histórias, dúvidas, vontades, seja o que for …
está ainda muito preso na minha análise às respostas e reacções de quem os comenta …

que são envergonhados … eu sei … podem ser à vontade,
mas por telefone não por favor,
escrevam, critiquem, opinem, zanguem-se …
lá … existe espaço para isso !

não sejam meninos,
que eu … também não sou !

vamos lá aprumar essas letras e palavras,
afinem bem a vossa língua e escrevam o que vos apetecer,
que eu, podem ter a certeza, que vou ler !

um vosso amigo !

diogo

terça-feira, 23 de setembro de 2008

mais uns minutos !


mais uns minutos !


está quase ...

o recorte temporal existente neste dia,
está separado por uma breve linha desfocada,
permite-me caminhar … estar …
viver dois espaços diferentes,
em simultâneo … em duas dimensões,
ambas minhas … pertencem-me !

esta ténue linha praticamente invisível,
divide a recordação e a realidade ...
é a montra de momentos passados expostos,
é a responsável por tantos sentimentos ...
que ... hoje ... me preenchem a alma,
que me fazem sentir vivo !

fisicamente presente,
espiritualmente passado,
mentalmente confuso !

não me assusta esta vida,
embora alguns recortes passados me assolem ainda o presente,
estão seguros onde estão … flutuam em locais conhecidos,
as pontes que criei para os ligar são fortes e resistentes,
estão em posições assinaladas … guardadas …
colocados … aguardam visitas guiadas !

está quase …

é um instante merecido,
é uma importante comemoração …
relativa ao inicio de uma vida !

está quase …

e eu estou preparado !

diogo

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

mais um que passou ... outro que vem !


mais um que passou ... outro que vem !

amanhã é mais um dia da semana deste mês maravilhoso ...
mais um ano carregado de meses ... semanas ... dias ... horas ...
sempre bem preenchido em todos os momentos,
este ano que passou carregado de bons e maus sentimentos,
repleto de maiores e menores emoções,
teve o seu valor e importância !

certo é que neste momento me sinto de alguma forma nostálgico !

como não ... não é ?

mesmo que não queira existirá sempre um balanço,
e para haver este balanço é necessário lembrar,
repescar ideias ... situações ...

ai ai ...

é linda esta vida boa !

diogo

sábado, 13 de setembro de 2008

quando não estás !


quando não estás !

pois e agora sozinho ...
adoro-te ... quero-te ...
sonho contigo !

toco-me e sinto-me em ti,
olho a lua e vejo-nos no seu reflexo !
vejo a nossa sombra,
abraçados … unidos … felizes ...
és tão bonita minha querida !

pois e agora sozinho ...
sei que tu existes ...
sei que és verdade !

és flor... és mel...
és o meu ritmo...
a minha luz !

és o raio visível estonteante,
indicador da certeza do caminho correcto,
a memória infatigável dos momentos certos ...
que invejado serve de exemplo ...
tanta … tanta sabedoria !

és tu ...
a pessoa que nunca julguei um dia vir a conhecer ...
tocar ... sentir ... beijar !

pois e agora sozinho ...
sonho contigo ao meu lado ...
mas estou sozinho !

a noite é fria ...
e sozinho sonho contigo ...
aqueces o meu coração arrefecido,
iluminas o trilho escondido !

pois e agora sozinho …
oiço a minha lamúria surda …
soluço saudades …

dio

(sim … era de ti que sentia falta)

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

amizade criança


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amizade criança

esta amizade é ainda criança,
repleta de recordações,
recheada de sentimentos,
quase transborda as emoções !

nascida do nada,
e alimentada com carinho,
ela faz parte de todos nós,
é parte da nossa vida !

cada instante deste conjunto,
cada recorte de cada vida,
foi unido pelo coração,
e colado com magia !

unidos nesta aventura,
mesmo a mais destemida,
estaremos sempre preparados ...
(... de máquina em riste ...)
para registar cada conquista !

esta amizade foi criada por cada um ...
aceite e celebrada de diferentes formas ...
é ela o elo que nos une ... é inquebrável ...
é perfeita !

são histórias ... epopeias,
é o que nos une ... é a familia !

dio

( a amizade conta em tudo, para tudo, sempre e para todos !
é a união, é o elo … é a ligação universal permanente ! )

(para comemoração do teu aniversário amiga, do diogo)

legitimo enjeitado


0807022310aTelh 249/03

legítimo enjeitado

eu não sou um tirano
nem sequer ditador
fui apenas eleito
e considero-me adequado
o humano mais perfeito
legitimo e por todos votado !

nesta merda ajustado
a ser um legitimo enjeitado
como todos destes cargos
desde agora até então
carregado até às bordas
de politicos incorrectos !

são apenas uns anafados
sujeitos demais gordurosos
que nos sugam a matéria
da verdade e da mentira
que no estomago as transformam
em leis a serem cumpridas !

vomito-me por despeito
de cumprir a obra dada
de vontades emocionadas
por sentimentos esquecidos
mas promessas são cumpridas
mesmo as longas e dificeis !

não estou só ...

esta luta não é só minha ...

diospiro

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

ó superior


ó superior

por vezes sinto-me sozinho,
espiritualmente desamparado,
não tenho e não acredito,
da forma como procuro o meu deus !

marco números no telefone,
pode ser que o encontre ao acaso,
do outro lado incógnito …
posso falar com ele sem saber !

observo o que me rodeia … todos os dias …
com atenção reconheço milhentos sinais,
destruição … tristeza … descontrolo …
choro tantas vezes para dentro …
esforço-me para esquecer !

estás mesmo aí ?
quem és tu e porque te escondes,
se ajudas … ajuda,
estás com vergonha ?

sei o que vejo,
e sinto … muito !

nas esquinas dobradas das cidades,
gastas pelas passagens sucessivas,
dos seres animais identificados,
que perdidos andam sem sentido,
sem qualquer objectivo !

são grandes avenidas apertadas,
por estreitos ideais perniciosos,
que nos jardins que a ladeiam caçam,
os fracos … e os infelizes !

deus exigente sonhado,
tu que és auxilio de tanta gente,
uns porque aceitam …
uns porque acreditam …
… eu … não sei !

mostra-te sem medo,
que eu sei bem que não tens,
em sonhos ou pesadelos tanto faz,
aparece na minha vida,
… eu … eu sinto,
eu sei que preciso !

dio

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

magia perdida


magia perdida

os deuses despidos e destapados,
aos montes tombados por cima uns dos outros,
mostravam a magia que já não tinham,
ressonando entre mamas penduradas,
que de nada já serviam !

desacreditados e zombados,
tentavam em vão esquecer …
o que foram … o que fizeram !

a merda de vida que deram,
a seguidores surdos e cegos,
que caminham por entre vales cavados,
que não são mais que rastos de mijas,
das majestades bêbadas bajuladas !

retorcidos caminhos traçados,
por quem se julga dono de vidas,
fazem tremer os seus adoradores,
com trovoadas de gases atómicos,
de sucessivas ressacas seguidas !

marialvas cabrões filhos da mãe,
envergonham o monte onde vivem,
é um olimpo poeirento e cagádo …
é um decadente retrato definhante,
onde se arrastam e se dissolvem,
estes seres outrora tão grandes !

nem vacas … nem porcos celestiais,
conseguem desviar a sua atenção …
nem burros … nem sequer jumentos banais,
conseguem levanta-los do chão …
lamentam-se e arrastam-se simplesmente,
em terras encharcadas e putrefactas,
engasgados com a merda que fazem !

corpos enormes … de seres nojentos,
mentes pérfidas de pensamentos repugnantes,
que no seu mundo nauseabundo retidos,
fechados e sem vontade de progredir,
limitam-se a suspirar pelo tempo perdido,
e desacreditados por eles e por todos,
poderão desaparecer para sempre !

nesta carne celestial perfurada,
que se consegue ver à transparência,
vê-se as suas horríveis entranhas,
vê-se o seu sexo que abate com gravidade,
com tristeza e sofrimento auto-infligidos,
que em cenas masoquistas adquirem,
e traçam o seu caminho desviante !

diospiro

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

carne presa !


carne presa !

carne segura …
por pele sedosa !

suavemente exala a sua dor,
demonstra insatisfação,
deseja ser amachucada,
mas não consegue …
não permite !

são tantas as emoções,
mais outros tantos sentimentos,
são só problemas …
com ou sem soluções …
são buscas permanentes,
carregadas de vontades …
perdições !

misturadas e baralhadas,
reduzidas e aumentadas,
não decidem … só proíbem,
não dão paz … nem espaço,
para a tranquilidade …
num qualquer dia …
um qualquer …
finalmente poder reinar !

carne apertada …
presa em pensamentos,
que não despegam,
estão seguros …
amarrados … fixados,
por vontade própria,
sem liberdade !

mandam … desmandam,
fazem o que querem !

a carne … maravilhosa,
essa sofre cada instante,
por não ter o que podia,
por querer o que não tem,
por viver assim sozinha !

esse ferrolho bem fixado,
prisão livre de curta rédea,
muito pouco permissiva,
auto-prisão … eterno inferno,
para sempre será …
até à libertação

carne suave …
deixa-te provar !

dio

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

profetas esperados


profetas esperados

barbitúricos … salvadores,
os profetas maravilhosos …
disfarçados de pétalas gordas,
prometem belezas nunca vistas !

têm folhas lindas … penduradas,
atraem todos os que têm problemas,
dão a provar o sabor da salvação,
degustados … usados …
jamais esquecidos !

alegrias de pular e gritar,
esquecimento de mágoas …
e de todos os desalentos,
é ajuda intima para suportar …
suportar … o que não queremos !

vãs promessas impossíveis,
cobrem os espinhos afiados,
perigosamente preparados,
para ferrar quem deixa de acreditar !

afundam todo o desalento,
escondem todo o perigo,
mais nada … só apenas …
eles continuam lá …
acumulam força para despontar !

se calhar de vez …
ou talvez nunca …
mas eu sei que …
este circo …
este não pára,
continuará sempre a rolar !

dio

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

feliz ... feláz ... feliz !


feliz ... feláz ... feliz !

feliz ...
feláz ...
estás ... ou não estás,
acontece ... adormece,
não és ... o que o és !

harmonia ... alegria,
acontece com magia,
por vezes mal agradecida,
é assim a vida vivida !

és um traste de merda,
não dizes o que vales,
embora queiras o que dizes,
não fazes o que queres !

deixas e proíbes,
só fazes o que podes,
falas ... queres e dizes,
mas só fazes o que te deixam !

mas fazes com prazer,
mas não segues o desejo,
e só fazes o que te dizem,
este é o teu desígnio de vida !

será que vives para isto,
e o isto está para ti,
mas o ti ... não sabe quem és,
e o é ... não está contigo !

sofrer ... lamber,
tudo é tão superficial,
nada agarras ... tudo escapa ...
tens a certeza que sentes ?

procuro ... no fundo,
e perdido ... muito à toa,
vou descobrindo no mundo,
que na merda navego !

são palavras,
reais ou irreais,
emotivas de certeza,
profundas e sentidas,
neste fraco coração !

és o que és ...
embora não o quisesses ser,
fizeste o que fizeste,
e pagas agora ... a sofrer !

feláz ...
feliz ...
não olhes para trás !


dio

terça-feira, 5 de agosto de 2008

franqueza


franqueza

como humano … triste,
espiritualmente despido,
sigo ínfimos caminhos injustos,
encobertos por nuvens escuras,
que parecem querer-me vergar !

mas não … não quero voltar,
gosto tanto de aqui estar,
em novos sonhos descobrir …
saber como recomeçar !

a franqueza que desejo,
aquela de que tanto falo,
sei que é ela a verdadeira chave …
a que abre o cofre da realidade !

honestamente … falo em antigos segredos,
e liberto fantasmas amargurados !

honestamente … destapo os meus poços sem fim,
abro gavetas … mesmo que não tenham fundo !

honestamente … desenterro as minhas caixas,
antes escondidas de todos … até de mim !

enfrentar e aceitar esta dura vida que se apresenta,
não é fácil … dá muita luta !

busco por qualquer chave …
direita ou ferrugenta mesmo que esteja retorcida,
aceito e guardo-as bem guardadas,
porque … se não servem agora para abrir este cofre,
podem servir amanhã para qualquer porta!

liberdade … sem limites …
eu quero … eu anseio,
é loucura … pura e dura !

mas … sempre adequada a cada instante …
para poder enfrentar cada dia,
como gosto … de peito feito,
olho vivo e um sorriso no rosto !

dio

chaves


chaves

chaves … o que são chaves ?

são chaves … são chavões,
tanto as palavras como os palavrões,
são tantas as letras juntas …
que por tantas vezes somadas,
ficam todas baralhadas,
e não se parecem com nada !

não as ouças … deixa-as ir …
o teu sentido vão infectar,
elas entram sem ferir …
e lá dentro … de repente,
estragam tudo o que conseguir !

sem dares por isso … de repente,
pensamentos tontos … de chorar,
ou sonhos lindos … de pasmar,
eles são tão fáceis de acreditar,
enganam todos … mesmo a ti !

atenção … mantém guarda,
fica atento a esse reboliço,
duvida sempre … sem desatino,
pensa bem no que vais fazer !

o que é fácil custa caro …
este é o meu conselho,
se não acreditas vai em frente,
mas vais por tua conta e risco,
não te esqueças que avisei !

dio

o nosso mundo


o nosso mundo

com a descoberta das reais vontades,
são amaciadas as divergências,
adaptam-se realidades,
nascem as oportunidades !

o interesse comum é objectivo primário !

libertamos o desejo desenfreado,
em momentos de loucura desmascaramo-nos,
espezinhamos os receios recalcados,
recebemos o prazer com alegria !

a provocação dominou o inicio,
pelo meio ficou o medo escondido,
por uma ou outra mascara tapado,
conseguiu não ser reconhecido !

agora recriamos fantasias,
conscientes disfarces apetecidos,
estagiamos em diferentes planos,
com movimentos amadurecidos !

são delírios complexos,
dispostos em posições elaboradas,
conseguidos com muita vontade,
por ambos sonhados … ambicionados !

nada nem ninguém é questionado,
talvez só o resultado desta loucura …
provável desígnio superior …
aspiração a uma paixão obscura !

o propósito nada importa …
inspiramos esta magia intuitivamente,
e enfeitiçados somos levados …
carregados por tempo intenso !

os lençóis de prazer … abraçam-nos,
aconchega-nos o ambiente criado,
atingimos o nosso próprio céu …
o paraíso do prazer … da maravilha !

vivemos num mundo tão diferente …
é incomparável este desvario liberto,
extasiados … marcamos momentos,
escrevemos a nossa própria história !

é loucura …
é paixão …
apetecida …
merecida !

dio

vida jogada … nunca ao acaso !


vida jogada … nunca ao acaso !

neste jogo à muito tempo iniciado,
não existe lugar para a sorte,
este é um tabuleiro de apostas …
de resultados feitos e combinados !

para cada jogada … cada aposta,
novas linhas serão traçadas,
para os novos objectivos …
novos resultados a considerar !

não são mais do que leituras,
percepções ou sinais mostrados,
que directos e indirectos,
terão de ser digeridos,
calculados … medidos,
para a adivinha fundamental !

as decisões pessoais são mentirosas,
baseiam-se em questões colectivas,
criadas de fundo em cada individuo,
pela sociedade que limita …
que prende … que proíbe !

cada peça será sempre um mistério …
um possível destino malfadado …
marcado por ninguém …
em nenhures encontrado !

é um jogo sem limites,
de diferentes peças descasadas,
que como camaleões dissimulados,
às diversas casas adaptam-se,
e que fingindo ser o que não são,
acabam a chorar escondidos !

cada realidade será sempre transmitida,
para diferentes olhos e filtros conseguidos,
de diferentes formas será aceite e compreendida,
com as desilusões e os conhecimentos adquiridos !

é tudo tão feio quando queremos,
escondemo-nos por detrás de uma cortina,
que filtra e transforma o que desejamos,
naquilo que queremos ver !

avançamos sem receios,
imaginamos um futuro,
damos passos em sentidos únicos,
mesmo avisados …
que pode não haver retrocesso !

não passam de surpresas …
queridas e desesperadas …
é a vida tal como a fazemos …
umas vezes melhor …
outras … nem por isso !

dio

quarta-feira, 30 de julho de 2008

ficar ao teu lado !


ficar ao teu lado !

o tempo espera-me,
junto a ti … o espaço serve-me !

deitado a olhar para ti,
ao teu lado … admiro-te,
não te toco … não falo,
imóvel … parado !

recebo grato a luz que emanas,
aquela que também te faz brilhar,
elaborada de mil cores tão intensas,
é a força da minha coragem !

contente … satisfeito,
preparado para mais um dia,
não renego qualquer fraqueza,
faço escolhas como apostas !

nesta paz inexistente,
procuro harmonia … a cada instante,
em cada momento desta vida,
busco qualidade e alegria,
para a realidade que me desafia !

muitas vezes sinto-me cansado,
por nada … por tudo !

ataco os dias como as noites,
passo as noites como os dias,
acordado sonho com desejo,
sempre o mesmo …
o de te abraçar !

eu quero viver …
eu quero estar bem …
eu quero gostar …
ficar ao teu lado !

dio

quarta-feira, 23 de julho de 2008

velhos apontadores


velhos apontadores

os seus dedos retorcidos,
estão agora murchos …
apontadores sem tesão,
já não castigam …
não assustam !

fisicamente estão confundidos,
com ramos velhos em contra luz,
que sem força estão ainda erguidos,
por uma vida que aguarda a morte !

os tristes fins já tiveram inicio,
nos modernos tempos passados,
que com veneno no ar difundido,
arrasaram de doença e morte !

achavam-se ultrapassados,
pela modéstia convencida,
eram assassinos confessos,
da vida que vinha ainda !

o seu tempo não acabou,
por tudo se prolongou,
pela escrita … por imagens,
fixaram-se em todo o lado,
mortos continuam vivos …
espalhados por todo o lado !

dio

quinta-feira, 17 de julho de 2008

olhos escondidos !


olhos escondidos !

olhos … escondidos …
com as fases da lua mal comparados,
crescentes ou minguantes,
nunca cheios … nunca novos !

são luzes … sinais,
são motivo … origem,
inspiração … quem sabe,
de poetas de amores perdidos,
que com letras entopem páginas,
com palavras de sentimento !

olhos … brilhantes,
bonitos e bem-parecidos,
são teus … é a tua marca !

não existem iguais,
são imagem … são reflexo,
mostram a alma …
expõem o coração !

são a fonte … são o poço,
onde mato a sede quando quero …
onde a vontade toma forma,
e concretizo o meu desejo !

são o filme mais verdadeiro,
a realidade … mesmo a mais dura,
é a pura tela onde desenhas,
com canetas de alegria …
ou tintas de amargura !

mostra a ti !
olha-os bem !

que as dúvidas se dissipem …
diluídas pela água … levadas pelo vento …
tão veloz que por nós passa …
como o tempo que perdemos !

dio

terça-feira, 8 de julho de 2008

enemy of responsability


enemy of responsability

nothing is forever !

esta mítica frase celebrizada por um qualquer personagem da longa história humana !
nada é para sempre …
esta é uma das frases constatação mais perigosas que conheço !
tudo depende de como é entendida, aceite, elevada ou tomada como mote muito próprio de vida !
pode muito bem ser causa destruidora de vidas !
e eu estou a falar com conhecimento de causa !

mas nem tudo é mau nesta frase,
pode muito bem ser também motivo de busca de algo mais !

mas a minha opinião sobre esta frase é por demais simples !
é uma frase mentira muito perigosa …
porque no final, e se formos analisar como deve de ser …
chegamos a uma brilhante conclusão,
afinal … tudo é para sempre !

seja o que for, e por mais longe que seja colocado, esquecido, apagado, tenho a certeza que jamais será esquecido !

de uma forma simples podemos originar outra frase muito mais verdadeira e responsável, uma frase que nos ajude a tomar consciência do que nos rodeia e que nos permita responsabilizarmo-nos pelos nossos actos e acções !

everything is forever !

esta sim, é uma frase verdadeira,
sem enganos ou quaisquer outras intenções !
tal como devemos enfrentar a vida de frente,
também as suas consequências devem ser enfrentadas !

as experiências pessoais,
individuais ou colectivas,
fornecem-nos conhecimentos imprescindíveis para o nosso desenvolvimento constante !
pelos mais diversos planos de que a nossa vida é composta,
vamos encontrando facilidades e dificuldades diversas pelo caminho,
e são estas experiências físicas e/ou espirituais que nos fornecem as ferramentas para o reconhecimento, busca e resolução dos mesmo !

tudo é … assim será … sempre … para sempre !

diospiro

verdade


verdade

qual a verdade ?
quantos são os sonhos de vida,
com todas as desilusões adquiridas,
nesta vida de dimensão reduzida !

sem paz neste desafio constante,
na escolha de uma aposta credível,
espiritualmente humanizada,
à dimensão de um dedo escolhida !

nem tudo é sentido,
nem tudo emotivo,
quando tudo é nada,
e nada significa,
nada pode ser tudo,
no sonho que não acaba,
se assim quisermos ...
se assim deixarmos !

dio

quinta-feira, 26 de junho de 2008

plano amarrotado


plano amarrotado

neste plano amarrotado
flutuante desemparado
que nos serve como base
para esta vida tentada …

encontramos e perdemos
vivemos e morremos
somos tristes felizes
sem saber porque cá estamos !

pessoas e fantasmas
bonecos ou andarilhos
fantoches e marionetas
indecisos com caprichos !

andamos por andar …
saltamos por saltar …

desculpa ou fundamento
para esta busca incessante
de um motivo ou razão
para esta vida cadente !

não sei sequer o que procuro
mas sei bem o que já tenho
foi duramente conquistado
com muita dor e sofrimento !

esta paz material
física e bem terrena
acompanha-me nesta corrida
luta comigo pela vida !

só o ser não me chega …
algo mais tem de haver …
para além do mar …
para além das estrelas !

esta busca é conjunta …
só assim conseguiremos …
eu sinto … eu sei …
vamos encontrar !

dio

quarta-feira, 25 de junho de 2008

esperança amada !


esperança amada !

parado no presente
ansiava o seu futuro !

por um estreito vão espreitou
um relance do seu brilho …

essa potente luz vindoura
da alegria e da maravilha
um calor que o aqueceria
no inverno mais rigoroso !

era a suspeita confirmada
a companhia de uma amada
que um dia surgiria
destino desse instante
um real fruto rigoroso
do momento já passado
mas que ele desejava !

sabendo o que já sabia
essa visão maravilha
que sentida com emoção
gravou na sua mente
fixou-a no coração !

encontrou um novo alento
uma nova esperança de vida
objecto de sonhos e desejos
uma dádiva adquirida !

mas ele sabe que alterou
o seu futuro modificou
foi um presente traiçoeiro
este que ele aceitou !

mas ele não se importou
preferiu ficar assim
ansioso por acordar
um dia com o seu amor !

dio

sim, em paz !


sim, em paz !

esta paz que agora sinto
esta harmonia que encontrei
é o exemplo mais distinto
do resultado que procurei !

depois de muitas lágrimas
depois de tantas dores
com as palavras mais legítimas
calo agora os acusadores !

ouçam muito bem o que digo
serve a todos sem excepção
aceitem isto na vossa mente
esta é a minha absolvição !

limpo de terrores
caminho com vontade
com ajuda e sem favores
isto sim … é serenidade !

dio

quinta-feira, 19 de junho de 2008

fim de férias


já alguém uma vez disse :

" o que é bom acaba depressa ! "

e assim terminaram uma fabulásticas férias de viagem em boa companhia !

entre o inicio das férias e o seu terrivel e triste fim ...

... hão-de aparecer umas coisas que ainda não passei a limpo !

é necessário atenção !

mais precisamente entre 04/06/08 e 24/06/08 ! ! ! !

mais nada !

abraços,

diospiro

sexta-feira, 6 de junho de 2008

!!! Férias !!!

as ditas merecidas ...

festas e alegrias ...

... de bloco de apontamentos na mão !

Inté pessoal ...

diospiro

quinta-feira, 5 de junho de 2008

ruas negras


ruas negras

as ruas negras que persistem,
que abafam a luz do sol,
são a casa de tantas almas,
perdidas … vagueiam lentas,
no seu pesado vazio,
matam o seu instinto,
sentem-se esquecidas !

pode não ser a sua vontade,
mas é doença … é epidemia,
é miséria assistida,
ajudada e reforçada,
por tantos que assistem !

sufocados não respiram,
sem vacinas são esmagados,
ao oferecerem a sua vida,
por trocos imediatos !

são tantas as cabeças duras,
imensos são os tristes exemplos,
que na sua vida simplificada,
ou são burros amarrados,
ou cavalos de corrida !

estranhos prazeres,
sonhos azedos,
acções acorrentadas,
neste percurso minguado,
pelo desejo de quem é escravo,
não de si … mas do seu hábito !

cheios de medos recalcados,
destinos comprimidos,
em frascos bem fechados,
prestes a partir !

diospiro

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Brejenjas – o cego passou-se I


Brejenjas – o cego passou-se I

passava ao lado da tasca
com a bengala pendurada
quando ouviu a marosca
em conversa abafada !

é cego mas não é surdo
e de parvo não tem nada
conhece bem o Eduardo
e a sua conversa afiada !

entendeu logo … de imediato
e à porta duvidou se queria ficar
escutar … ouvir e pintar o retrato
do que se iria passar !

cedo o cego sábio decidiu
começou a andar devagar
na direcção oposta acudiu
a sua alma que grita por paz !

está farto desta estranha jogada
e das histórias que apanha no ar
agradece não sentir a cara
deste alvo que planeiam achincalhar !

mas fica muito triste por tudo
sente-se muito enfraquecido
sozinho … vai abandonado
caminha pelo passeio ferido !

mas quem são eles para isto
tanta asneira vomitada
começa a sentir-se antí-cristo
nesta aldeia revoltada !

lembra-se de vingança
pensa logo em ripostar
não lhes dar importância
tudo e todos arrasar !

começa a engendrar na mente
ri-se para dentro o malvado
de tudo troça acutilante
chega a ficar alucinado !

as lágrimas caem-lhe dos olhos
já não suporta mais nada
os seus cabelos grisalhos
são sinais de vida marcada !

mas ao deixar cair a bengala
desperta com o seu som
os seus sentidos arregala
sente tudo noutro tom !

por fim vai puder descansar
dormir um sono calmo e justo
na sua cama a noite passar
recarregar a paz em absoluto !

perdeu-se por uns momentos
deixou-se levar pela maldade
os humanos são agoirentos
são levados pela agressividade !

dio dast

segunda-feira, 2 de junho de 2008

desenterrar …


desenterrar …

sim … sou culpado !

sim … eventualmente !

posso admitir erros e enganos,
problemas e pesadelos,
desesperos e perdição,
parvoíces …
e … tanta outras coisas mais !

mas para quê ?
com que finalidade ?

o cansaço começa a tomar conta de mim !

porque urge tanto assim esta necessidade de me auto-fustigar com estranhos géneros de considerações …
de pensamentos e esforços mentais …
com um relembrar permanente de memórias quase esquecidas …
perdidas … escondidas sob emoções verdadeiras,
enterradas … cobertas por sentimentos leves !
estão no fundo … são pesadas …
trazê-las para cima de novo requer muito esforço,
esforço que fiz com muito custo para as colocar onde estão …
e agora … mais um esforço outra vez …
mas desta vez … para as trazer de volta !

nesta fina camada real que nasce e cresce,
onde diariamente refaço a minha vida,
tenho ganho o meu espaço,
tenho conquistado o meu conforto !
semeio sementes frescas de vida de qualidade superior,
por todo lado … faço e tapo cada buraco com carinho,
cuido e rego de cada uma com esperança e pureza,
quero colher frutos saudáveis …
receber o que dou … o que dei …
e dar mais ainda !

mas nem tudo está cicatrizado ainda,
nem posso acreditar que esteja …
os perigos voluntariamente invocados,
possuem uma tendência natural para a contaminação !
cada possível foco de doença identificado é marcado, isolado e estudado,
o seu percurso é destrinçado até à mais ínfima ramificação,
até não restarem dúvidas … pois estas são mortais !

dio

sexta-feira, 30 de maio de 2008

obrigação … livre


obrigação … livre

o cão está sem trela,
é grande e gordo,
mais parece um boi … livre …
contente como num pasto,
ele passeia-se pela estrada !

pata aqui … pata ali …
mija no poste …
caga na pedra !

cheirava e lambia,
bebia e comia,
rosnava … ladrava,
era senhor da sua sombra,
fazia o que lhe apetecia !

contornava ou fugia,
para ele … quais obstáculos,
não existem impedimentos,
no seu caminho prosseguia,
sozinho … sem ordem … sem rasto,
ele ia por onde queria !

andava de noite ou de dia,
no seu ritmo desconcertado,
olhava por baixo … era igual …
indiferente lhe parecia …
não largava a liberdade !

abdicar de escolhas próprias,
obrigações desconhecidas …
cumprir … não …
isso ele desconhecia !

dio

quarta-feira, 28 de maio de 2008

vida


vida

a gratidão materializada que nesta vida atingi …

não escondo o esforço … não esqueço a dedicação,
sei que mereço esta alegria !

combato todos os dias,
transporto comigo a minha história,
repleta de erros repetidos …
mas nem tudo são memórias …

existem também lembranças esquecidas !

agora … dias lindos de brilho intenso,
limpam os olhos … descobrem horizontes,
mostram novos caminhos,
novo pensamentos na mente !

sabe bem puder olhar sem receios,
planear esta viagem permanente,
sem pausas ou paragens quaisquer,
persigo esta linha que julgo pura …
com todos os defeitos !

estes … que são só meus !

contemplo-me invertido,
outro eu … mas este vazio,
sinto inveja … deste reflexo,
brilhando num pedaço de vidro !

não pensa … não julga …
mas só existe devido a mim …
se não fosse assim não era nada,
seria outro reflexo …
outro alguém !

dio

segunda-feira, 26 de maio de 2008

o teu reflexo !


o teu reflexo !

o que vês quando te olhas
é só a parte de fora
não reflecte o que pensas
imaginas o que tu queres !

a roupa disfarça o corpo
não somos quem queremos
é máscara obrigada
por muito que o desejemos !

todos dependemos de tudo
não vivemos sozinhos
somos solitários acompanhados
esforçados companheiros
mesmo que não o mereçamos
sobrevivemos como podemos !

com ou sem ajuda prosseguimos
preocupamo-nos com avisos
falsos ou não … não sabemos
encaramo-los de frente
preparados como podemos
aguardamos dispersos …
a prova … a nossa vez !

por vezes sinto que gostava de ser quem não sou
mas ninguém é como quer
evoluímos e fazemos correcções
em alterações pensamos diariamente
quando nos olhamos ao espelho
prometemos ser diferentes !

tentamos consecutivamente
como guerreiros capazes e corajosos
enfrentamos todas as batalhas
com desafios e provas de carácter
demonstramos ser audazes
ou pelo menos assim parecer !

gostava de ser o teu reflexo
mas o teu reflexo não sou eu
embora seja reflexo do que és
não sou o espelho da tua vida !

dio

sexta-feira, 23 de maio de 2008

poder descansar !


poder descansar !

a esperança natural …
a busca de vida sem promessas …
poder descansar sem cobranças …

neste espaço em que vivemos,
despreocupados assistimos a maravilhas,
assistimos a espectáculos de cor,
convivemos livremente sem armadilhas !

só aqui nos podemos deitar e aconchegar a ultima luz do sol …
sem pedir nem esperar … sabemos que amanhã vamos acordar,
no seu abraço quente ele vai-nos embrulhar,
e quando estender o seu manto brilhante …
tudo e todos vai iluminar …
é tão imponente …
é o seu raiar !

uma lágrima que nasce no olho,
neste novo corpo renascida,
lentamente desce sem percurso,
isenta de culpas … absolvida !

paz …
tranquilidade …
esta é a busca …
anseio a liberdade !

dio

o superior ?


o superior ?

é incansável o poder desconhecido,
ele está sempre onde é preciso,
mesmo não o invocando !
mesmo invisível … sinto a sua presença,
é grande e sinto a sua ajuda,
ele segura-me … dá-me a mão !
eu não sei se acredito nele,
nada lhe peço portanto,
será ele assim tão bondoso,
ou terei eu outro destino !
porventura será o dele … não o meu !
sei que o seu relógio está coordenado,
está alinhado com o meu andamento,
as minhas horas são as dele,
os segundos são ... apenas momentos !
são tudo histórias que eu faço,
neste livro vivo improvisado,
por vezes … sinto-me … não …
eu sei … eu sou o seu palhaço !
apenas um boneco de carne viva,
que em cambalhotas sucessivas,
vai saltando por cima de armadilhas disfarçadas !
surgem do nada à minha frente,
e eu pulo e salto … desvio-me como consigo,
assim ele me permita,
assim seja o seu desejo !
peço a mim e peço a ti,
e ainda mais peço a todos sem receio,
falo e abro-me com vontade,
tenho de estar protegido,
com todos tenho de contar !
por vezes só preciso de companhia,
raramente de ouvidos,
tantas de um ombro amigo,
onde sei que posso chorar !
neste caminho duro de curvas apertadas,
que faço com cuidado e devagar,
em cada curva faço um amigo,
alguns nada pedem em troca,
a estes eu retribuo com o que posso dar !
nisto eu acredito, a minha gratidão é grande,
dentro de mim sinto uma infinita vontade de agradecer,
a quem sei e conheço faço-o bem, mas como fazer a ele,
este poder em que não sei se acredito ?

obrigado por tudo … obrigado por nada …
obrigado a ti que lês e que eu não conheço,
podes nem saber … mas eu sei,
talvez sejas tu o meu próximo amigo !

dio

quarta-feira, 21 de maio de 2008

o critico de rimas


o critico de rimas I

o teu doce recheio,
que provo sem hesitar,
alegra-me o espírito,
não consigo parar !

>é uma rima bonita, apesar de todos os sentidos malandrecos que se podem daqui sub-entender, não podemos julgar o artista pelas suas intenções !

aquelas lindas montanhas …
estão limpas de vegetação,
corro por elas acima,
deslizo por elas com a mão !

>ora aí está, outras tantas disfarçadas …
>ah pois é !

entro num pequeno vale,
que neste campo avistei,
é apertado … quente,
lá dentro … me enfiei !

>eheheheheh, é rima fácil fácil,
>e engraçada, bom para dar uma pequena gargalhada !

a felicidade eu adivinho grande,
entusiasmo-me com tudo isto,
não existe quem me abrande,
a tudo eu estou disposto!

>mais nada … nada de receios na aposta das rimas !
>é isso mesmo !
> … será possível ir mais além ?

reparo nos bicos espetados,
chamam alto por mim,
sem olhar lambo a carne,
que os ostenta assim !

>já está a pisar a malagueta … ehlá … han ?

dois corpos juntos aquecidos,
geram odores apaixonantes,
activam climas desejados,
cometem-se actos alucinantes !

>assim sim … que bom ao ouvido !

diospiro

domingo, 18 de maio de 2008

o triste regresso


o triste regresso

o combatente de regresso
está ferido e amargurado
percorre a sua terra destruída
neste mundo está sozinho … desolado !
mudo atravessa a paisagem
segue cabisbaixo o seu caminho
em tropeções vai balançando
sem pensar … nada … anda perdido !
a sua mente está perturbada
está confuso … baralhado
estranha habilidade para sobreviver
onde pereceram os seus mais amados !
chora soluçando e a culpa afoga
tem dificuldade em aceitar
que como ele existem outros tantos
que entes queridos também perderam !
ai querida amada onde estás
espero que tenhas conseguido fugir
com o nosso filho amado ao colo
e o meu irmão arrastado contigo !
raio de fado desgraçado
murmura enquanto respira
sente uma ansiedade tremenda
com a solidão que se avizinha !
fiz de tudo quanto podia
para vos proteger deste final
sobrevivi e estou aqui
sozinho … é esta a minha sina !
gostava de conseguir desistir
de subir as escadas para ir ter contigo
vamos estar juntos todas as noites
nem que seja em sonhos e pensamentos !

dio

sexta-feira, 16 de maio de 2008

o vento destino


o vento destino

a chuva cai sem parar
descem sem alvo aparente
puras … disformes
empurradas pelo vento !

as faíscas da fogueira
sobem pelo meio destas lágrimas
nem os deuses as apagam
há sempre alguma que passa !

o vento despreocupado
contempla todos por igual
serve a chuva e a fogueira
serve ambas sem receios !

ninguém manda
ninguém pode
ninguém faz
todos fogem !

do vento ou da chuva
ou do vento que traz a brasa
leva o fogo e leva a água
mesmo o frio ele afasta !

não te vás … fica aqui
manda o vento parar
comigo estarás protegida
corre para o meu abraço !

confia em mim
acalma-te … sossega
tenho luz … não estou perdido
mesmo não sabendo o caminho
sei que algures … chegaremos !

com paz seguiremos
enfrentemos o destino
seja ele qual for
temos coragem
nada de medos !

os sonhos elevam a alma
e a alma dá-nos alento
somos sol … talvez lua
ou as estrelas no firmamento
não … não tenho dúvidas
faremos o nosso destino !

dio

quarta-feira, 14 de maio de 2008

colaboração dependente – a molécula espiritual !


colaboração dependente – a molécula espiritual !

o emaranhado molecular que faz parte de tudo, inclusive de nós, na nossa curta passagem por este mundo, tal como o conhecemos, serve por si só de exemplo do quão prisioneiros somos desta nossa componente física na nossa existência enquanto seres vivos !
até mesmo agora por exemplo, este pensamento surge de uma estranhíssima colaboração dependente entre uma parte não material e outra material !
tudo o que aqui está exposto foi produzido por um órgão, material, formado por moléculas incontáveis, e que sem o qual a nossa espiritualidade seria impossível !
… a nossa componente espiritual !
… a nossa componente física !
podemos divagar tanto quanto quisermos sobre qualquer assunto, ou sobre qualquer coisa que eu tenha já escrito aqui até agora, mas qualquer que seja a reflexão que se faça, virá sempre de encontro a esta minha conclusão !

… cada individuo vive consigo numa colaboração dependente !
todos somos dependentes, mesmo que não o queiramos ser …
o nosso espírito não existiria nunca sem a nossa máquina de sonhos, que também pode ser de pesadelos !

partimos logo mal desde o inicio e o risco é grande, sendo esta parte espiritual carregada de vontades e desejos super-aditivos !
quando mal direccionadas podem levar a grandes estragos … e atenção que estou a falar apenas da nossa espiritualidade e consequentemente de tudo o que não seja material !
todos sabemos disto, só que infelizmente, por vezes, não nos lembramos !

ora bem, muitas vezes … mesmo muitas, dizemos que andamos a bater mal da molécula !
verdade … absolutamente verdade !
visto assim, esta expressão ganha toda a força, o que a torna mais divertida ainda !

seja quem for o nosso original fabricante, gostaria de obter o seu contacto, tenho uma série de defeitos que lhe gostaria de reclamar !
como não tenho, utilizo tudo o que me rodeia para os conseguir contornar e de alguma forma tentar melhorar a minha passagem minorando-os como consigo, eu sei que não os vou poder eliminar, e o meu esforço tem sido mais que muito !
tentar melhorar a qualidade de vida utilizando ferramentas que não afectam ninguém a nossa volta é o caminho !

é difícil,

ninguém me disse que seria fácil,
e o mais importante de tudo …
fui eu que escolhi !

diospiro

terça-feira, 13 de maio de 2008

o que é ?


o que é ?

é água quente nascente
que o corpo expele
é reacção de esforço
em pequenos pingos na pele !

a carne está contraída
e à dor insensível
é uma abstracção total
neste ambiente inesquecível !

é execução de intuição
e com másculos movimentos
somos personagens atraídas
improvisamos os argumentos !

são treinos sucessivos
que exploram capacidades
são o apuro da excelência
é libertação de ansiedades !

o nosso peso desaparece
ficamos suspensos no ar
extasiamo-nos flutuando
somos pássaros a voar !

posicionamo-nos aleatoriamente
influenciamos a gravidade
pressionamos tudo e todos
somos rebelia de liberdade !

alvo de inveja e ciúmes
com desdém cobiçados
progredimos no caminho
todos deixamos admirados !

explosões e estrondos
foguetes surdos
fogo de artificio
altos sons mudos !

ninguém pode parar esta força
e é impossível de armazenar
gastamos tudo o que podemos
e ninguém nos pode condenar !

dio

( já estava com saudades de umas rimas básicas sobre assuntos sérios ! )

segunda-feira, 12 de maio de 2008

julgar ?


julgar ?

não são só as pétalas das flores que as tornam bonitas …
muitas outras características fazem delas exemplos vivos dotados de uma extraordinária beleza e alvo de admiração …

porque havemos nós;
género de espécie transformada sem regras;
auto-mutantes de reprodução extinguível …
denominarmo-nos como detentores de sabedoria somada,
sujeitos de beleza extrema e capacidades extraordinárias,
julgar seja o que for ?
se nós próprios; e contra mim falo;
decidimos ir contra a natureza !
torneámos uma lei empírica pelo qual todo o resto do mundo natural se rege,
facilitamos e ajudamos os mais fracos,
transformámo-los em animais dependentes desta sociedade assumidamente protectora,
invertendo basicamente o sentido da lei do mais forte !
qual será o nosso destino ?
agora que somos os nossos próprios predadores,
que defesas teremos para nos combater ?

matar os mais fortes ?

ao que tudo indica é este o caminho que falta,
substimar quem consegue …
consagrar os oprimidos …
fracos ao poder,
abaixo os campeões !

esta visão não me sai da cabeça,
rio-me com lágrimas de choro,
disfarço o meu poder,
refreio o meu desejo !

dio

é apenas um sonho recorrente !
estúpido quanto baste para lhe dar este cuidado !

domingo, 11 de maio de 2008

na mão de ninguém !


na mão de ninguém !

pedras trabalhadas
com altas marteladas
são potentes pancadas
e marcadores semi-eternos
de vidas acabadas !

encontros perdidos
em terra enterrados
restos de percursos
sem valores marcados
bem sofridos e suados !

memória em letras escrita
muitos caminhos esquecidos
tantos interesses perdoados
será sossego merecido
é a paz eterna reclamada !

na mão de ninguém
não valem o que custaram
não é o peso que interessa
ou mais-valia atingida
agora nada são
só pó e cinzas restaram !

fantasmas prometidos
assombrações amaldiçoadas
apenas sombras desgastadas
sem calor nem sangue
jazem quietos no seu buraco !

o escuro da noite no chão
o frio do ar é indiferente
nula amargura pessoal
já nada é o que era !

o tempo continua o seu caminho,
indiferente a cada indivíduo,
nada o pára … nada o faz recuar,
é independente … vai sozinho,
pode ser exemplo a ser seguido,
pode ser tudo … para acabar em nada !

dio

sexta-feira, 9 de maio de 2008

o que é ?


o que é ?

depois de quase uma completa semana esquisito,
eis que surge novamente o dio com tudo o que lhe pertence !
estas situações estranhas são, felizmente, poucas e curtas !
a razão desconhecida que provoca toda esta situação está já colocada na pasta de análise e não vou ocupar o meu tempo precioso, nem sofrer com uma objectiva preocupação extrema sobre este assunto, ou então não faria mais nada que não análises sucessivas !
isto da mente limpa,
de agir em conformidade com regras impostas;
com muitas das quais nem sequer concordo;
de pensar e apenas depois agir,
de fazer auto-inventários de fim de dia,
de tirar inventários dos outros,

de viver comigo e com tudo o que isso acarreta,
de resistir constantemente a pressões internas,
mais importante ainda … as externas;
estas ultimas chegam mesmo a ser demoníacas …
bom … levar para a frente tudo isto,
é difícil mas possível,
assim tenho constatado !

o que eu gostava mesmo …
mas mesmo muito … era …
de puder não afectar quem me rodeia !

mas não devo pensar assim,
devo sempre ser como sou,
demonstrar o que sinto e como me sinto,
assim sei que serei sempre verdadeiro,
sem medos … ou quaisquer receios !

esta vida é linda,
repleta de desafios,
objectivos a traçar,
metas a cumprir !

diospiro

quinta-feira, 8 de maio de 2008

sinto-o reflorescer !


sinto-o reflorescer !

hoje acordei com o sol a brilhar,
virei-me para ele …
é quente …
aceitei a sua luz,
guardei-a em mim !

este calor é bom prenúncio,
é porta para a liberdade !

quente e saudável …
alimenta-me em sossego,
ilumina a minha alma,
é o adubo do meu espírito …
sinto-o reflorescer !

saio da minha penunbra fria,
só um pouco de cada vez,
devagar espreita um novo dia,
um segundo de cada vez !

dia a dia o tempo vai passando,
noite a noite os sonhos renovando,
ansiando apenas liberdade,
coloco análises em segundo plano !

de cabeça erguida penso no passado,
sem retornos ou retrocessos …
nada mais são do que memórias,
que intermitentemente assolam …
esta mente … agora … protegida !

entro e saio da escuridão,
são segundos em cada hora,
mas a mente está atenta,
acordada … desperta,
reconheço erros repetidos,
e não os posso esquecer !

para sempre será sombra,
sempre escura em perseguição,
só à noite ela desaparece,
perigo … está pronta a atacar,
indefinida pela noite e sem limites,
ela está em todo o lado !

diospiro

terça-feira, 6 de maio de 2008

como somos nós !


como somos nós !

a tua pele suave,
puxa as minhas mãos …
os meus dedos,
colam-se em ti,
tocam-te e percorrem-te,
sinto-te vibrar …
sinto o teu calor !

o teu cheiro …
aspira-me para ti …
é uma força invisível,
magnetismo imponente,
é irresistível tentação,
somos dois corpos apenas …
carentes … sedentos !

de nariz encostado a ti,
eu mordo-te lentamente …
deixando pequenos pedaços entre os dentes …
que lambo … que provo …
que molho com a língua encharcada!

o contacto aumenta,
agarramo-nos com força,
as sensações multiplicam-se,
nesta união explosiva,
os nossos corpos fundem-se num só,
pele e carne … sentimentos e emoções,
tudo é cola que nos junta,
fervida em acções obscenas !

a luz apaga-se,
o barulho desaparece …
o universo somos nós,
o escuro e as estrelas,
planetas e satélites,
somos lua e terra juntos,
embalados por raios cósmicos,
e neles … adormecemos !

dio

segunda-feira, 5 de maio de 2008

confio na minha pontaria !


confio na minha pontaria !

a magia não me serve,
não acredito nem um bocadinho!

questiono a fé em que acreditei,
reforço o poder da palavra de quem me ajudou,
refaço ideias e pensamentos !

continuo a rezar a ninguém em frente a mim ao espelho,
não conto com ajudas gratuitas ou oferecidas,
luto comigo por mim neste caminho,
abro os olhos com a ajuda dos meus dedos,
receio que se queiram fechar sem eu querer,
vou atento … sigo assim !

tenho uma alma a quem confesso,
não é só uma … são duas …
pois eu também conto,
só numa acredito,
só uma me faz sentido !

histórias imaginadas,
que se perdem no tempo …
filmes feitos à medida,
elaborados ao segundo …
esperança é um motivo,
não receio finais felizes …
quero tanto tanta coisa,
faço tudo por nada …
aponto a mira no resultado,
confio na minha pontaria !

dio

sábado, 3 de maio de 2008

são fios de água que correm pela janela !


são fios de água que correm pela janela !

este emaranhado desordenado ...
fios de água que escorrem pela janela ...
encontram sempre caminhos novos ...
fazem lembrar ... os teus cabelos !

soltos ... livres ...
voam ao sabor do vento,
abanam com o teu andar,
sem padrão marcado,
sem dono brincam sozinhos !

cada fragmento ... cada marca,
como recordações ...
não são mais do que memórias perdidas,
produto de anos de vida,
estas ... impossíveis de voltar !

como rede invisível,
linhas de um radar,
perscrutam ao teu redor ...
e tocam-se ... e rodopiam ...
são graciosos identificadores,
de assinatura muito própria ...
indelével marca registada,
acompanham para além do fim !

longas histórias compridas,
bem guardadas lentamente se afastam,
devagar vão sendo cortadas,
sendo postas de fora ...
mortas ... sem vida !

dio

domingo, 27 de abril de 2008

mestre traçador !


mestre traçador !

os mares são tantas vezes navegados,
e tantos lugares sucessivamente revisitados !

tão estranhos estes caminhos,
são tantas vezes percorridos,
e até agora nunca cruzados !

o que faz … quem decide o momento,
quem manda no ponto de intersecção,
a quem pertence esta decisão …
… o acaso ?

porque andamos nós tantas vezes lado a lado,
por vezes de costas voltados,
como animais de olhos tapados,
seguimos todos em filas ordenadas,
caminhamos uns aos outros atados !

de quem são estas pérfidas ideias,
quem é o dono deste jogo maldoso …
pleno de máscaras gratuitas,
com batotas facilitado !

será mesmo cada um o seu próprio mestre traçador ?

neste desenho inacabado vimos partindo lápis,
constantemente borrando pinturas …
e outras mais ainda …
… apagando !

utilizamos a nossa influência,
usando e abusando do seu poder,
traçamos pontos orientadores,
fajutos e enganadores,
fingimos não olhar,
ou não queremos sequer ver !

vou aqui sozinho acompanhado,
flutuo nesta água da vida,
subo e desço ao sabor das vagas,
adormeço e acordo com salpicos …
são intermitentes despertadores,
eternos revitalizantes,
que nos empurram para a frente !

dio

sábado, 26 de abril de 2008

sei que gosto do desejo !


sei que gosto do desejo !

fumo um cigarro sentado à janela,
olho o infinito … olho o escuro !
lentamente absorvo restos de êxtase,
lutado … bem conseguido !
o escuro facilita o descanso,
o escuro facilita a interiorização …
a alienação de sentidos,
a concentração objectiva …
o resultado de um desejo !
o frio não arrefece,
os problemas não preocupam,
são momentos únicos …
que aproveito enquanto existem !
destino … nada,
rumo … nenhum !
corpo entorpecido,
corpo cansado,
tomada de consciência,
retorno adiado !
mas a realidade cai,
acorda em mim lentamente …
aceito a morte deste espírito solto !
avalio quem sou,
descubro o que já sei …
sou um preso livre de circulação,
sou um preso livre de pensamentos,
preso neste corpo limitado,
sou um preso amarrado em acções !
o que resta de um êxtase conseguido ?
porque não o consigo prolongar tanto quanto o desejo ?
porque não o desejo tanto enquanto o prolongo ?
para já esta abstracção serve-me …
mas suspiro tanto quando me lembro …
não sei se do prazer,
se da alienação,
do acordar !
sei que gosto do desejo …
e do sangue a ferver-me nas veias,
e do coração que me quer sair do peito,
dos músculos tensos e contraídos,
dos movimentos sincronizados …
em delírio …
isto sim !

dio

sexta-feira, 18 de abril de 2008

luxúria … carne amada !


luxúria … carne amada !

luxúria que me elevas …
tanto ou mais quanto me rebaixas !
uma busca de prazer divergente,
satisfação de ímpetos secretos,
reunião complicada …
nem sempre possível …
condições exigidas !

sou tudo do nada,
com nada posso ser tudo !
imaginação solta materializada,
fisicamente composta,
desejos transformados …
carne manietada …
acções conseguidas !

tenho o que não posso,
sofro com o que não tenho !
tenho-me na mão,
possuo-me eternamente,
desejo-te assim …
como eu me sinto,
grato desgostoso,
prazeres adiados,
de uma natureza suspirada …
em cada segundo amado !

dio

terça-feira, 15 de abril de 2008

és uma aberração !


és uma aberração !

estranhos passantes,
no odores vermelhos,
são turistas errantes,
com horríveis barulhos !

uma colher queimada … que tomba no chão,
uma estrada marcada … na veia do braço,
um fino fumo aspirado … por um tubo,
… e tu que queres fugir !

dobras a esquina em que paras,
entras na porta errada,
história repetida agora,
que sofres com a tua ressaca !

madeira velha molhada,
porta para sempre caída,
ruínas não só de pedra,
também de carne apodrecida !

olhas a volta sem ver,
vives num mundo só teu,
sacas o que podes de quem passa,
roubas de quem te acolheu !

pedes esmolas no metro,
mendigas ajoelhado no chão,
saltas e rebolas sem respeito,
género … não … és uma aberração !

excluído de vontade própria,
sentes-te abandonado e sozinho,
não és ninguém nem pertences a nada,
nessa fossa de merda afogado !

a tua luz esvai-se em suspiros …
pegados não consegues respirar …
assume essa vida de perigo,
pode ainda alguém te salvar !

não desistas da tua vida de sonhos,
aceita as tuas incapacidades,
a vida está cheia de espinhos,
tem força … luta com as adversidades !

abre os olhos, grita alto … pede ajuda !

dio dast


segunda-feira, 14 de abril de 2008

os sonhos … guardados em sacos !


os sonhos … guardados em sacos !

tenho os sonhos guardados em sacos,
bem fechados para não se perderem !
sem etiquetas … guardo surpresas para o futuro,
desejos e ansiedades esperadas,
incógnitas e interrogações sobre o seu conteúdo,
muitas maravilhas adiadas !
trago sempre alguns comigo,
bem arrumados no meu bolso,
preparados para cumprir o seu propósito,
cada vez que são libertados !
com atilhos frágeis estão atados,
por vezes desatam-se,
soltam-se sem querer !
fico aqui mas estou ali,
viajo sem me aperceber !
neste e noutro mundo imaginado,
sigo sempre … sempre,
despreocupado e sem querer !
tempos e locais instantâneos,
tão reais parecem ser,
dificultam-me a distinção da verdade,
esta em que vivo … em que rio e choro,
também lá estão … por vezes …
são pesadelos !
guardados em sacos estão comigo,
sonhos presos no meu bolso,
mal atados com atilhos,
a espera da sua vez !

dio


sábado, 12 de abril de 2008

sinto-me bem de olhos fechados …


sinto-me bem de olhos fechados …

sinto-me bem de olhos fechados …
sinto um ligeiro vento a passar-me pela pele,
devo estar nu … sinto-o pelo corpo inteiro !
não vou abrir os olhos !
os meus dedos dos pés tocam e passeiam-se pelas pontas afiadas das folhas que piso,
encolho-os com algumas bem apertadas no meio,
puxo-as inclinando o pé suavemente,
sinto cada folha … em cada pedacinho de pele …
em cada dedo do meu pé,
escorregam deixando um rasto sensorial !
pareço estar a ver o que estou a sentir,
género de visualização sensitiva,
representação básica colorida,
só para mim apresentada !
não quero … creio que não sou …
invejoso !
mas sei que o que agora sinto,
que é o que agora vejo,
só descrito assim consigo,
só assim posso descrever !
esta capacidade …
esta ilusão …
criada para colmatar a minha falta de visão …
felizmente por opção, são assim …
são um género de flashes no escuro das pálpebras,
misturados com linhas que formam desenhos e figuras …
e as sensações … tão boas !
não sei se estou acordado a imaginar,
se estou a dormir e a sonhar,
também não me vou preocupar,
vou aproveitar tudo enquanto durar !

dio

sexta-feira, 11 de abril de 2008

a minha liberdade ?


a minha liberdade ?

as solas dos meus pés estão frias e colam-se ao chão a cada passo …

nesta caminhada … miro o longínquo horizonte brilhante … é bonito e atractivo, mas não deixa de ser apenas um dos motivos que me atraiu neste projecto sem fim que empreendo !
a busca de um eu diferente, a busca de uma compreensão positiva sobre este mundo feio, a busca de uma espiritualidade desconhecida … a verdadeira liberdade … a consequente felicidade !

engraçado é como nos julgamos tantas vezes livres … todos …
mas depois de uma verdadeira e atenta observação, reparamos que qualquer que tenha sido a nossa opção, terá sido decidida sobre valores antigos, valores que nos são transmitidos pela vivência, não apenas nossa, mas sim a de todos que nos rodeiam, mesmo com quem não convivemos, perduram e lentamente evoluem conforme a sociedade !

apesar de aparentemente estes valores se apresentarem como dinâmicos, as alterações e evoluções são lentas demais para muitos indivíduos … aqui é onde eu me encaixo !
assim, onde está a nossa liberdade se qualquer que sejam as decisões, estas estarão sempre condicionadas por modos antigos, modelos de vida, ambições progressivas … por vezes doentias … regressivas até !

este meu desejo de libertação já vem de longe …
eu não quero obrigar ninguém a mudar comigo ou por mim, isso está completamente fora desta questão !
mas se eu aceito cada personagem desta telenovela real, tal como é …
será assim tão difícil aceitarem-me como eu sou ?
aceitarem-me com as minhas muito próprias questões, dúvidas, certezas, desejos …
aceitarem-me com os meus sentimentos, com as minhas fragilidades, com as minhas emoções …

não quero mudar nenhum modus vivendis pessoal ou generalizado, pretendo somente e apenas o meu !
considero-me apto para me adaptar a qualquer realidade, mas não para me alterar em favor de alguém ou de alguns !
evoluo tal como consigo, na minha velocidade personalizada persigo os objectivos que considero essenciais para a minha progressão em vida !

vou como posso … como consigo !
sei muito bem do que não preciso e do que não quero !
esforço-me com uma máxima bem presente em mente - se digo, faço !

é óbvio que gostava que fossem todos iguais a mim …
hum … e quem sou eu para desejo tal !

diospiro

quinta-feira, 10 de abril de 2008

despejar a alma no chão !


despejar a alma no chão !

raspo esta casca de pele que me tapa,
velha … ressequida e encardida,
cobre-me a carne e os ossos,
dá-me a forma que apresento !

camadas de merda e sujidade,
não despega nem lhe vejo fim,
tantas células mortas coladas,
coço … esfrego e arranco …
não descanso !

já me doem os dedos,
tanta é a força que faço,
parece uma carapaça,
parecem crostas …
capas de antigas feridas !

não paro … não consigo,
esta impulsividade instantânea,
creio que estou descontrolado,
tenho de resistir …
apetece-me tanto chorar,
assim não aguento mais !

o vermelho húmido …
sinto-o passar lentamente,
quente … pesado …
quer sair … libertar-se,
largar o peso contido,
despejar a alma no chão !

farto do fardo carregado,
das antigas histórias vividas,
este será o derradeiro …
o verdadeiro momento de vida !

sozinho e já deitado no chão …
observo de lado este rio que deixo …
avança lentamente brilhando,
enquanto cresce vejo nele o sol …
quente é o reflexo …
frio é o desfecho …

dio

quarta-feira, 9 de abril de 2008

poeminha bonitinho !


poeminha bonitinho !

as tuas mãos carregadas de magia,
sinto-as em mim sem me tocares,
tanta é a energia que carregas,
consegues lança-la só com o olhar !

não sei como o fazes,
também creio que não o desejo,
basta-me para ti olhar,
para sentir-me encostado ao teu peito !

parece fácil … uma brincadeira,
mas com nada se pode comparar,
nada do que sinto é mentira,
parece-me … sim … é amar !

grito aos ventos por muito mais,
sem receios ou medos quaisquer,
do que alguém possa entender,
não é a eles que eu quero chegar,
quero estar junto de ti para sempre,
quero beijar-te sem parar !

não fujas … vem a mim alma deliciosa,
olha para o que tens na tua frente,
espreita um pouco debaixo do véu,
é algo muito profundo e maravilhoso,
espero que gostes … sou eu !

estou contente neste momento contagiante,
podes não saber ou não querer entender,
mas nada neste momento me faz mais feliz,
do que partilhar contigo este instante !

dio

pureza … que tontice !


pureza … que tontice !

vestida de pele tecida,
o seu tom avermelhado trespassa esta figura,
mesmo disfarçada não esconde a sua origem,
tudo não passa de uma tentativa frustrada !
tenta passar despercebida no meio da multidão,
figura alta e bem cuidada,
de cabelo negro comprido …
está apanhado às costas colado …
abraçado por fios de pele em cores tingidos,
que de um lado para o outro … abanando suave,
acompanha o seu andar !
tudo é estranho ao seu olhar …
todos estranham ao seu passar …
de diferentes perspectivas se analisam,
de diferentes formas se aceitam !
diferentes mesmo humanos,
não podem ser mais que animais,
de estigmas ou fobias nos bolsos,
viram costas ou reagem …
ou fingem nem sequer ver !
estranhos passados confundidos,
neste presente misturados,
impossíveis de separar,
pureza … que tontice,
isso já não existe !

Dio Dast

todos uns bastardos !


todos uns bastardos !

tantos pássaros de asas abertas,
desenham no céu figuras aceleradas,
dejectam pelas suas rectro fendas,
armas biológicas em grandes cagadas !

nas ruas tocam alto os alarmes,
de mais um ataque deliberado,
todos fogem em cardumes,
para debaixo de tecto levantado !

mesmo depois de passarem,
restam perigos em todo lado,
no chão ou nos telhados a abanarem,
prontos a atingir o mais descuidado !

os passeios são caminho minado,
desviamo-nos em curvas curtas,
mas sempre com passo acautelado,
damos saltos como acrobatas !

chão sujo e porco já não nos espanta,
estamos todos mais do que habituados,
toda esta merda junta parece que nos encanta,
estamos todos nesta enorme fossa entrincheirados !

nem uma escada ou corda nos enviam,
nada que nos tire deste buraco,
mesmo salvos mas sujos não nos queriam,
na entrada do seu barraco !

podem ser todos grandes e poderosos,
mas no fundo todos uns bastardos,
metem tudo para dentro dos bolsos,
são cães raivosos açaimados !

riem-se dos coitados sofredores,
que lutam para sair dos buracos,
chegam mesmo a ser abusadores,
dos direitos humanos aclamados !

para quê tanta maldade,
tanta tristeza criada,
esta é a nossa actualidade,
por coisas menos importantes abafada !

as grandes potencias reconhecidas são obra prima do atropelo dos mais fracos que foram pisados !

Dio Dast



terça-feira, 8 de abril de 2008

descansa-me saber estar assim !


descansa-me saber estar assim !

olho para mim, não sei o que vejo !
olho para o céu, não me alegro !
olho para ti, sei o que desejo !

simplicidade básica …
longe da busca cansativa de explicações …
deixar-me levar por um sentimento que me altera …
descansa-me saber estar assim !
sonhar contigo suaviza-me esta subida,
ajuda-me a progredir,
protege-me da agressão …
que sou quando estou sozinho !

dançamos abraçados,
tantas musicas harmoniosas,
beijamo-nos agradecidos,
em situações fabulosas !

vejo-te quando não me vês …
observo-te de longe contente e agradecido,
sempre harmoniosamente embalado,
pelas emoções que sei escondidas,
descanso de sorriso contido !
nesta corrente por grandes elos unida,
o seu comprimento vai crescendo …
cada vez mais consolidada,
lentamente traçamos o nosso caminho,
minha amada … minha querida !

vamos abrir as grandes portas da sorte,
fechadas à muito pelo vento da amargura,
vamos entrar com vontade de mudar,
com muita confiança enfrentar,
perigos e aventuras … tudo e todos,
juntos … tenho a certeza que iremos vingar !

dio

e eu ... perco-me !


e eu … perco-me !

compreender a actualidade como ela se apresenta,
nada mais do que simplesmente é …
não procurar o que não existe …
e … o que não parece ser !
encontrar o que não procuro …
não … não consigo mais …
mas nada posso fazer !
infelizmente sei e tenho esta certeza,
eu sei que o que não procuro virá ter comigo,
irá sempre encontrar-me !
por mais que não queira,
por mais que não faça,
vai sempre acontecer,
constante mental real !
revolto-me e guerreio,
grito e não me calo,
têm de me ouvir,
preciso … disso !
por vezes estou triste … sem parecer,
por vezes estou contente … sem demonstrar,
por vezes não estou nada … apenas pensativo,
mas tudo isso … tudo o resto … quero ficar !
o que se apresenta nem sempre é o que vai na alma,
o que vai alma nem sempre é a realidade,
a realidade é interpretada,
a interpretação é manipulada,
a manipulação é controlada pelo que vai na alma …
e eu … perco-me !
entro por espirais perdidas,
mergulho dentro sem o fim avistar,
duram tanto quanto um breve piscar de olhos,
e são por vezes sucessivas …
e … libertadoras de destroços permanentes !
como explosivos retardados ficam alojados,
preparam a sua deflagração não planeada,
aguardam sinais codificados,
rebentam …
sobram grandes buracos negros,
sobra o esforço para os preencher,
sobro eu louco como sempre para lutar,
compreender … admitir … aceitar !

dio


quinta-feira, 3 de abril de 2008

raios em farpas !


raios em farpas !

o moinho de sol sobe lentamente no céu carregado …
percurso antigo marcado por um desconhecido !
os seus raios de farpas ferem-me os olhos,
mesmo fechados são trespassados …
fujo em corrida para me proteger !
mundo seco de planícies desertas,
cobertas de ervas em paus transformadas,
mundo liso assustador e bruto,
dividido por vales de escarpas desenhadas,
procuro abrigo … preciso de esconderijo !
calor ao limite suportado,
os meus pés são agora brasas,
lentamente vou sendo consumido,
inútil figura que ainda resiste …
parece castigo !
calvário sem escolha ou fuga possível,
os buracos são crateras …
são um reflexo …
das … memórias passadas !
correntes ferventes de líquidos estranhos,
nascem e morrem sem previsão possível …
nem isso prevejo como futuro,
limito-me a continuar …
neste inferno de vida !

dio

( bonito não é ? )
( bom, mas … bonito … bonito, são os c@#@s a bater no p*$o )

quarta-feira, 2 de abril de 2008

vida !


vida !

a maravilha da vida,
nem sempre agradecida,
usada e abusada,
e … constantemente esquecida !
o espírito existe,
será alma … ou vapor,
magia … ou energia,
existe dentro de todos,
faz parte … é a vida !
melhor ou pior,
levamos como podemos,
pesos somados,
sonhos perdidos,
por vezes miséria,
ou sorte merecida !
tudo parte de um todo,
tudo parte de nada …
de ninguém …
um completo vazio !
aceitar o óbvio,
desmistificar os mistérios,
resolver as complicações,
soltar a pressão !
aproveitar o que temos,
agradecer sempre …
sorrir …
levantar a cabeça …
andar para a frente !

dio

terça-feira, 1 de abril de 2008

Brejenjas – Manecas Girassol !


Brejenjas – Manecas Girassol !

o sol estava quente
a névoa levantava
o calor era abrangente
nem uma folha abanava !

a manecas girassol
uma tonta encalorada
corria feito louca
de camisa desabotoada !

o cego pressentiu
a sua bengala levantou
o seu coração tremeu
mas nada opinou !

a manecas semi-nua
deixou os homens a babar
o seu corpo ela insinua
começa tudo a descambar !

o murmurinho já corre na aldeia
a louca doida está desvairada
hora do ataque de ciumeira
ai que começa a barracada !

a jaquina do armando
conhecendo o marido que tem
larga os filhos acenando
quer proteger o que lhe convém !

corre campos quais raposas
caçadas saltam muros e vedações
tem o medo de todas as esposas
destas estranhas aberrações !

o sossego da madrugada
é agora recordação
nesta manhã amaldiçoada
as mulheres cheiram a traição !

a manecas encharcada
molhada de tanto suar
ao sol parece acorrentada
louca … persegue-o a flutuar !

o sol amaina finalmente
os pássaros chilreiam sem parar
a sombra é um calmante
no armando todos vão acabar !

mais um copo pedem todos
a medida que vão chegando
atarantados ou cansados
à tasca do armando !

mais um dia de loucura
nesta aldeia marada
alegria e amargura
aventura concentrada !

Dio Dast