terça-feira, 1 de abril de 2008

Brejenjas – Manecas Girassol !


Brejenjas – Manecas Girassol !

o sol estava quente
a névoa levantava
o calor era abrangente
nem uma folha abanava !

a manecas girassol
uma tonta encalorada
corria feito louca
de camisa desabotoada !

o cego pressentiu
a sua bengala levantou
o seu coração tremeu
mas nada opinou !

a manecas semi-nua
deixou os homens a babar
o seu corpo ela insinua
começa tudo a descambar !

o murmurinho já corre na aldeia
a louca doida está desvairada
hora do ataque de ciumeira
ai que começa a barracada !

a jaquina do armando
conhecendo o marido que tem
larga os filhos acenando
quer proteger o que lhe convém !

corre campos quais raposas
caçadas saltam muros e vedações
tem o medo de todas as esposas
destas estranhas aberrações !

o sossego da madrugada
é agora recordação
nesta manhã amaldiçoada
as mulheres cheiram a traição !

a manecas encharcada
molhada de tanto suar
ao sol parece acorrentada
louca … persegue-o a flutuar !

o sol amaina finalmente
os pássaros chilreiam sem parar
a sombra é um calmante
no armando todos vão acabar !

mais um copo pedem todos
a medida que vão chegando
atarantados ou cansados
à tasca do armando !

mais um dia de loucura
nesta aldeia marada
alegria e amargura
aventura concentrada !

Dio Dast

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