segunda-feira, 2 de junho de 2008

desenterrar …


desenterrar …

sim … sou culpado !

sim … eventualmente !

posso admitir erros e enganos,
problemas e pesadelos,
desesperos e perdição,
parvoíces …
e … tanta outras coisas mais !

mas para quê ?
com que finalidade ?

o cansaço começa a tomar conta de mim !

porque urge tanto assim esta necessidade de me auto-fustigar com estranhos géneros de considerações …
de pensamentos e esforços mentais …
com um relembrar permanente de memórias quase esquecidas …
perdidas … escondidas sob emoções verdadeiras,
enterradas … cobertas por sentimentos leves !
estão no fundo … são pesadas …
trazê-las para cima de novo requer muito esforço,
esforço que fiz com muito custo para as colocar onde estão …
e agora … mais um esforço outra vez …
mas desta vez … para as trazer de volta !

nesta fina camada real que nasce e cresce,
onde diariamente refaço a minha vida,
tenho ganho o meu espaço,
tenho conquistado o meu conforto !
semeio sementes frescas de vida de qualidade superior,
por todo lado … faço e tapo cada buraco com carinho,
cuido e rego de cada uma com esperança e pureza,
quero colher frutos saudáveis …
receber o que dou … o que dei …
e dar mais ainda !

mas nem tudo está cicatrizado ainda,
nem posso acreditar que esteja …
os perigos voluntariamente invocados,
possuem uma tendência natural para a contaminação !
cada possível foco de doença identificado é marcado, isolado e estudado,
o seu percurso é destrinçado até à mais ínfima ramificação,
até não restarem dúvidas … pois estas são mortais !

dio

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