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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
brejenjas - cáti e marcolito
brejenjas – cáti e marcolito
cruel … cruel é o cheiro da cáti,
que imposto empesta o ar,
da sua esquina movimentada,
que ocupa tão atarefada !
marcolito … o seu chulito,
que por nada fica atrás,
expõe alegre o seu trambolho,
que acha linda … a sua cara !
nauseabundo patcholi,
de suores acumulados,
da sovaqueira e outros lados,
que prefiro não pronunciar !
cáti utiliza muitos toalhetes,
sempre para se refrescar,
ou limpar restos do serviço,
que acabou de efectuar !
dobra-os bem dobradinhos,
e volta-os a guardar,
na caixita tão bonita,
para os voltar a utilizar !
cáti é uma fera a trabalhar,
despacha dois de cada vez,
com a sua boca desdentada,
diz que foi assim que deus a fez !
e o padre que é homem de fé,
tentou uma vez dissuadi-la,
daquela triste vida que levava,
mas foi levado na sua cantiga !
só o jaricas não foi à cáti,
mas esse prefere outro lado,
foi o marcolito que o trabalhou,
enfiou-lhe um pau pelo … coitado !
as carteiras têm de ficar em casa,
e levar o dinheiro certo no bolso,
para tomar cafezito no mercado,
passam pela esquina … é perigoso !
mas são um casalinho extraordinário,
duas aves raras desviadas da rota,
poisaram perdidos em brejenjas,
pobres coitados na bancarrota !
embora pobrezinhos e desterrados,
nesta terra foram bem recebidos,
que de malucos está bem servida,
e por todos são compreendidos !
este é o vale da tontura assumida,
semeado por muitas terras do nunca,
habitadas por estranhos indivíduos,
é uma combinação única de loucura !
diospiro
090212a1305CRib299/09
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