local livre ..... local de fuga ..... com respeito ..... com desrespeito ..... com admiração ..... divagação ..... viagens ..... tantos sentimentos ..... tantas emoções ..... tantas libertinagens soltas ..... tantas vezes perigosas !
segunda-feira, 24 de março de 2008
a torre !
a torre !
são pequenos os vãos de escada de acesso a esta torre !
muitos vãos preenchidos de poucos degraus !
intercalados por plataformas frias e lisas,
estas conduzem a mais não sei quantos outros que me elevam à entrada !
é grande a porta … é gigantesca !
assim é para receber quem lá quiser entrar … julgo eu,
e está sempre aberta !
as pedras da sua base são montanhas,
marcam a fronteira da vontade de quem lá quer entrar !
parado na entrada sinto um frio que de imediato me arrepia …
tremo e paro com dúvidas,
as mesmas que me assolam constantemente …
mas confio na minha decisão,
afinal, são elas … as dúvidas,
o combustível deste motor cansado,
farto de rolar tantas vezes em seco neste passado recente,
agora demora e pesa-me o seu carburar !
procuro nesta demanda uma nova forma de olhar,
sentir e querer … limpar e purificar …
respirar um novo ar puro que sei que existe lá no alto !
o tremor transforma-se em ansiedade,
dou o passo … estou lá dentro !
que grande meu deus !
não lhe vejo fim,
é vertiginoso este buraco escuro …
vertical estonteante rodeada de escadaria,
parecem flutuar sem colunas ou armações,
nada de pilares fixados,
nada de cabos pendurados,
é a magia de quem sobe que os suspende a flutuar !
neste templo do auto-conhecimento,
acelero o passo … despacho-me a avançar,
enfrentar os degraus,
não quero perder tempo,
não posso desperdiçar nem mais um momento !
degrau a degrau … passo a passo,
vou subindo de cabeça erguida !
cada degrau … cada emoção,
os sentimentos vão-me cobrindo como água,
caem de nuvens de mil cores,
concerteza choro de quem parou … desistiu … caiu !
cada vão … cada estágio … mais uma subida !
não olho para o lado,
sei que não tenho onde me agarrar,
não tem sequer corrimão !
muitos degraus estão polidos,
desgastados e inclinados,
parecem despejar para o meio,
serão assim … ou sou eu que fraquejo ?
pensamentos e ideias convulsas afectam-me a concentração,
constantes armadilhas que tenho de enfrentar,
respostas mal-dispostas e conclusões precipitadas,
tudo me parece prender … o peso parece aumentar !
felizmente existem pequenas janelas,
orifícios estreitos de admirar,
transmitem confiança,
parecem dar-me a mão !
ganho novo fôlego,
a confiança é renovada,
o cantil da sorte parece estar recarregado,
e chega o momento de dar outra passada,
de peito cheio e atenção redobrada,
a luta continua !
mais batalhas eu sei que vou travar,
o meu objectivo é único … quero-o agarrar …
não me vou perdoar se me perder !
subo … consciente das minhas falhas,
não as posso ignorar,
aprendo com os erros passados,
sempre atento para não tropeçar !
com olhos de ver descubro caminho,
mesmo que vendados,
já os conheço bem,
não me vão enganar !
a escadaria interminável …
que parece sem fim,
está um pouco mais larga …
quero que continue assim !
ai solidão que não te vejo,
fica longe … não gosto de ti !
dio
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