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segunda-feira, 27 de outubro de 2008

neste curto momento de sossego


neste curto momento de sossego

neste curto momento de sossego,
aproveito para me sentar … pensar,
distancio-me com muito prazer …
sou levado pelas ondas que batem !

foquei-me em mágoas e tristezas,
deixo-me ir em considerações variadas,
hipnotizo-me com esta brisa fresca,
não sei onde me vai levar !

o pequeno ponto que me considero nesta vasta imensidão,
condiciona-me para a insignificância tola do meu papel,
tanto eu … como todos os outros … apenas reticências,
reduzidos pela individualidade característica !

onde estão todos aqueles pensamentos bonitos,
onde escondemos todos os sonhos maravilhosos,
onde fechámos a nossa vida a cadeado …
quem guarda esta chave secreta ?

conseguiremos algum dia de facto libertarmo-nos …
se continuarmos nesta retracção auto-alimentada,
limitando-nos propositadamente na destruição,
não prevejo grandes mudanças … receio o fim do mundo !

olhamos indiferentes uns para os outros,
colocamo-nos facilmente por cima de escombros,
das lixeiras das guerras sem sentido combatidas,
de tantas nações de pessoas corrompidas !

muitos parecem já não querer sentimentos …
que os cerquem em grandes currais abertos,
agora todos se concentram apenas em emoções …
em muitas magias … e outras tantas ilusões !

neste mundo … seremos todos assim …
descrentes e desacreditados em tudo e todos,
eu rezava se em algum deus acreditasse …
mas eu preciso de crer para poder ter fé !

abro os olhos que mantive fechados,
olho para o lado … e vou de mão dada,
não só com a vida … também com a paixão,
com a alegria e com a felicidade !

sozinho sentado observo em sossego o mar,
este vasto azul que no horizonte se funde com o céu …
ambos salpicados de branco … parecem reflexo,
são o espelho e a imagem retribuída !

dio

terça-feira, 21 de outubro de 2008

um dia !


um dia !

loucura imparável na sua mais pura forma viva !

tem sido uma loucura pessoal,
sem corantes … nem conservantes !

depois da tomada de uma verdadeira decisão
depois de optar por uma possibilidade de sofrer por tempo indeterminado
depois de me permitir uma evolução lenta mas sustentada
depois de cair
depois de me levantar
depois de repetir … jurar … prometer … querer …
depois de começar novamente
depois de compreender
depois de aceitar
depois de puder
depois de embalar
depois de ajudar
depois de crescer

… acreditar …

… não é tão fácil como parece !

querer acreditar é o inicio apenas,
tudo tem de começar por um lado qualquer,
e aqui aplica-se na perfeição,
vamos pensar em voz alta,
aliás … ler em voz alta !

é no querer que a nossa vontade vence,
é no crer em querer que nos modificamos,
quanto mais cremos …
mais força temos …
depois … mesmo sem querer,
já acreditamos !

este pequenino texto resume com fidelidade a minha forma de pensar,
revela muito particularmente um dos meus segredos !

assim exposto parece-me esquisito,
nunca tinha pensado muito nisto !

diospiro

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

quadro negro


quadro negro

no verde vomitado deitado,
contempla inútil a risota de quem passa,
chora imóvel escorrido no chão,
personagem triste e transtornada !

a escuridão que vai e vem com o piscar dos olhos,
embala-o num sossego mortalmente pesado,
deixa de existir tudo … barulhos … imagens …
quais sentidos … quais emoções !

um grande quadro negro apresenta-se à sua frente,
como esponja absorvente rouba-lhe os desejos,
vão-se memórias e recordações abraçadas,
como um desfile de luzes e flashes …
desaparece tudo no infinito pequeno !

estimado amor perdido pela vida que se esvai,
empurrada por este mundo por maldades incontáveis,
arrasta-se perdida e triste em busca de uma saída,
um buraco que possibilite um escape …
para abandonar este corpo gasto e moído aprisionado !

nem conspurcada como nunca antes vista,
serve de emenda a este pobre corpo caído,
não sabe e nem imagina o que lhe espera ainda,
está agarrado por demasiadas histórias e magias,
foi amaldiçoado por maldosos feitiços !

a água cai como setas que espetam na carne que não tem,
o vento arranca-lhe as roupas rasgadas de uso,
o frio adormece-o lentamente …
e a sua luz devagar vem-se apagando …

e esta vida que está presa … quase liberta,
abraça este momento que não espera …
é o instante decisivo,
do abandono … sem retorno !

mas estremece de ansiedade,
baralha-se e confunde razões,
relembra alegrias distantes,
um passado conjunto antigo e feliz,
repleto de aventuras marcantes …

quem passou a vida a lutar,
que perdeu tantas paixões … mesmo da vida,
abandonado à sorte pelas ruas,
sem esperanças no futuro que se adivinhava …
e de tantas promessas incumpridas !

é apenas um corpo oprimido,
que sem apostas ou possibilidades,
até aqui conseguiu chegar,
sempre subjugado … sempre castigado !

tantas sensações … que sem corpo vai perder,
pergunta-se sem resposta o que fazer …
sabe o que quer … e não é desistir nem abandonar,
talvez reconquistar humildemente o tempo perdido,
mais uma vez lutar …
sem descanso …
ou perdão !

lentamente o quadro negro se esbate,
invadido por um calor misterioso … que o aquece,
a vida viva recupera este corpo frio inerte no chão,
a oportunidade poderá ser única…
… pelo menos por mais esta vez !

é mais uma vez a esperança que não desapareceu …
escondeu-se apenas !

é mais uma vez a luta pela vitória …
que numa batalha quase se perdeu !

é a coragem adormecida !

é a sabedoria !

dio

terça-feira, 14 de outubro de 2008

atractor calejado !


atractor calejado !

como uma marca de água indefinida …
quase sem contraste … muito suave … leve …

este atractor sofrido e calejado,
intencionalmente sem querer ferido,
não passa de um aceitado desajeitado,
que por todos é querido …
e por todos … rejeitado !

é um vai e vem cambaleante,
sente-se levado navegando em sonhos,
nesta semi-vida que particularmente é a sua,
e com uma especial tristeza arrebatada,
ela está presa e solta em cada elo,
elo que une as algemas que esconde !

vestido por vestes invisíveis,
a descoberto … está bem tapado !

é o que não é … mas que gostava de ser,
camaleão camuflado perdido no mundo,
é um rato … que ruge como um leão,
é um elefante tombado vencido no chão,
que em silêncio solta o seu ultimo suspiro !

erguido o valente para cair,
observa bem longe do alto do seu castelo,
as manchas que marcham no seu caminho,
que negras … escuras … são o próprio medo,
transportam o receio e o pavor da rasteira,
e consequente queda que o pode ferir !

vida de medo … medo de vida,
completa não é simples … mas é única !

crescente evolução garantida,
em crescente criação criativa,
nesta crescente revolta assistida,
por resistentes observadores expectantes …
por quedas neste chão torto que pisa !

em respeito aos mestres que ensinam,
e despeito por todos que falharam,
maldosos gritam no ar más adivinhas,
e desejos que males lhe aconteça,
e com tantos barulhos perdidos,
baralham até os mais confiantes !

cada um por si … todos sozinhos …
não fazem um capaz … não fazem nada de jeito !

o atractor continua bruto a sua luta,
é um magneto confesso e habituado,
das setas de ilusões e verdades,
que disparadas já no passado,
ainda agora o têm em mira !

agachado espreita desperto,
atento … consciente alma vigilante,
não lhes perde o rastro desde o disparo,
traça o seu percurso e planta espantalhos,
fornece-lhes figuras mortas como destino,
deslumbrado sempre com a sua pontaria !

salta … agacha-se … desvia-se,
sabe bem que é destino apontado,
e rápido e esguio … será alvo falhado,
e esperto e matreiro … obterá suficientes defesas !

é valente este corajoso,
é vencedor este lutador,
e o seu espírito perdurará,
na alma que o acompanhar !


diospiro

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

eu encontro … eu estou !


eu encontro … eu estou !

sim,
no teu corpo eu encontro …a busca do meu ser,
a razão do meu querer !

sim,
contigo eu sei que estou …
no mundo que anseio,
no seio do meu desejo !

sim,
és o calor que me aquece,
a luz que ilumina o meu espaço,
com quem partilho os meus receios !

és o desejo correspondido da minha alma,
que perdida um dia andou,
e que sem esperar num dia qualquer,
a magia por ser quem é,
sem avisar desceu brilhante,
apresentou-me a tua imagem,
e assim … deixou-me sem respirar !

tudo pode acontecer,
se acreditarmos que conseguimos !

os resultados podem ser lentos,
mas o esforço é objectivo !

cada realidade merece uma especial atenção,
cada realidade é uma vida de história viva,
e querer acreditar na verdadeira verdade,
querer crer pelo menos …
será sempre de louvar !

o susto faz parte da vida,
o medo é real,
a aposta estará sempre presente,
e … a vida, essa …
será sempre apenas uma !

dio



Gimme Chelas ( microfilme de Rui Reininho produzido para a 1ª edição Festival Microfilmes)